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Estado de Minas

Emmanuel Macron, uma má notícia para os defensores do Brexit


postado em 06/05/2017 08:40

Uma vitória do centrista Emmanuel Macron, pró-Europa e favorito nas pesquisas, no segundo turno das eleições presidenciais francesas seria mal recebida pelos partidários do Brexit, que acreditam que a candidata de ultra-direita Marine Le Pen se ajusta melhor a seus interesses.

Os meios de comunicação britânicos, tanto os eurófobos como os eurófilos, chegaram à mesma conclusão no dia seguinte ao primeiro turno: se Emmanuel Macron for eleito em 7 de maio, não facilitará a tarefa para a primeira-ministra britânica, Theresa May, nas árduas negociações para a saída da União Europeia (UE).

"Emmanuel Macron seria ruim para o Brexit e para Theresa May", apontou o jornal conservador eurófobo Daily Telegraph. "Macron pode fazer uma árdua pechincha nas negociações do Brexit", escreveu The Guardian, eurófilo e de esquerda.

Após o referendo de 23 de junho de 2016, no qual venceu a opção pelo Brexit, May ativou o processo de divórcio com a União Europeia em 23 de março, anunciando que queria sair do mercado único para recuperar o controle sobre a imigração, negociando uma nova relação comercial com o bloco dos 27 que seja mais favorável para seu país.

No entanto, está longe de partir de uma posição de força neste exercício, que deve durar dois anos no máximo, diante de dirigentes europeus desejosos de impedir a saída de qualquer outro país.

O jornal econômico Financial Times também apontou "toda uma série de razões" pelas quais a eleição de Emmanuel Macron "poderia complicar consideravelmente a situação para os britânicos". Entre essas, a de que Macron é "um europeu convicto" pouco disposto a fazer concessões a quem deixa o bloco e que, como ex-banqueiro no Rothschild, vê nisso uma oportunidade de maximizar a posição financeira de Paris em detrimento da 'City' londrina, segundo alguns analistas.

- 'O inimigo é Macron!' -

Em seu programa eleitoral, Macron dedica todo um capítulo sobre a Europa e suas vantagens, não deixando qualquer margem de exceção para os britânicos. "Na discussão do Brexit, defenderemos a integridade do mercado único europeu. Todas as empresas que o integre devem se submeter à mesma disciplina", escreve.

Recebido em Londres no final de fevereiro por Theresa May, assegurou que queria "um Brexit justo que proteja os interesses franceses e europeus". "O melhor acordo comercial para o Reino Unido (...) é o pertencimento à UE", lançou durante uma reunião eleitoral no Palácio de Westminster.

"À primeira vista, isso cai mal porque Macron defende uma linha dura sobre a questão do Brexit, dizendo que a UE deve permanecer firme com o Reino Unido para dar exemplo a outros países que podem estar tentados a seguir o mesmo caminho, enquanto que Marine Le Pen expressou que entendia a posição britânica", declarou à AFP Simon Tilford, diretor-adjunto do Center for European Reform.

Mas "uma linha dura não é necessariamente ruim para o Reino Unido se isso o força a assumir compromissos e a ser mais honesta sobre as contrapartidas que tem pela frente", considera o especialista.

"O inimigo é Macron!", disse à rádio LBC Nigel Farage ex-dirigente do partido eurófobo UKIP e grande paladino do Brexit, que espera uma vitória de Le Pen. "Quer reforçar Bruxelas e isso não serve a nossos interesses, enquanto que Juncker e outros se colocam de acordo para nos castigar", disse, referindo-se ao presidente da Comissão Europeia.

Para Tilford, contudo, "o Reino Unido não tem nenhum interesse na instabilidade política, ou mesmo no caos, que poderia resultar da eleição de Marine Le Pen".


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