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Estado de Minas

Incerteza na França na véspera de eleição sob ameaça terrorista


postado em 22/04/2017 21:40

A França convivia com a incerteza neste sábado (22), véspera do primeiro turno da eleição presidencial mais imprevisível em décadas e que acontecerá sob forte vigilância policial poucos dias depois de um novo atentado no país.

A votação de domingo promete ser a mais disputada da história recente da França, com uma pequena diferença nas pesquisas entre quatro dos 11 candidatos e um elevado nível de indecisão dos eleitores.

De acordo com as pesquisas, 25% dos eleitores se declaram indecisos, e muitos preveem uma taxa de abstenção alta.

O centrista Emmanuel Macron e a líder da extrema direita Marine Le Pen lideram as intenções de voto, mas o conservador François Fillon e o esquerdista Jean-Luc Mélenchon estão próximos.

A diferença entre os quatro candidatos é tão pequena que está dentro da margem de erro das pesquisas, o que significa que todos têm chances de passar para o segundo turno de 7 de maio.

Parte dos franceses que moram em territórios de ultramar e no exterior, incluindo na América Latina e nos Estados Unidos, começaram a votar neste sábado, um dia antes que os eleitores em território metropolitano.

A reta final da campanha foi abalada por um atentado na emblemática avenida Champs-Elysées de Paris, que deixou em alerta um país traumatizado por uma onda de ataques extremistas que deixaram mais 230 mortos desde 2015.

Karim Cheurfi, um criminoso reincidente de 39 anos, abriu fogo na quinta-feira à noite na movimentada avenida comercial e matou um policial, além de ter deixado outros dois feridos, antes de ser abatido pelas forças de segurança. O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque.

Apesar da dificuldade de medir o impacto do ataque na eleição, alguns analistas acreditam em que poderia reduzir a brecha nas intenções de voto entre os principais candidatos.

"Se [o ataque] beneficiar alguém seria Marine Le Pen, que concentrou sua campanha na segurança, ou François Fillon, por sua estatura presidencial", afirmou a diretora do instituto de pesquisas BVA, Adélaïde Zulfikarpasic.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o atentado terá um grande impacto na eleição e "provavelmente beneficiaria" Le Pen.

Os políticos consideram "provável" um comparecimento às urnas maior do que o esperado em reação ao ataque.

- Vigilância máxima -

A campanha oficial terminou na sexta-feira à meia-noite (19h de Brasília), o que proíbe a imprensa de divulgar pesquisas, ou declarações dos candidatos, até o fim do horário de votação no domingo.

Em um clima de tensão máxima, o presidente socialista François Hollande afirmou que o governo não poupará recursos para garantir a segurança dos eleitores. No domingo, as autoridades mobilizarão mais 50.000 policiais e agentes em todo o país, apoiados por 7.000 militares.

"Nada deve prejudicar o encontro democrático", afirmou o primeiro-ministro francês, Bernard Cazeneuve.

Neste sábado, um homem armado com uma faca provocou momentos de pânico na estação do Norte de Paris. O homem foi detido pela polícia. Depois, declarou que foi agredido na entrada da estação, alegando que a faca era de seus agressores.

Também hoje cerca de 200 mulheres de policiais foram protestar na Champs-Elysées.

Dois dias antes do tiroteio nessa avenida, a polícia prendeu em Marselha, no sul do país, dois homens suspeitos de planejarem um atentado.

No último dia de campanha, os candidatos de direita e de extrema direita endureceram o discurso no tema de segurança, com pedidos de reforço da luta contra o terrorismo.

"Há dez anos, sob os governos de direita e de esquerda, se faz de tudo para perder a guerra contra o terrorismo", denunciou Le Pen em tom belicoso.

Abalado por um escândalo de empregos-fantasma para a mulher e para os filhos, François Fillon afirmou que está determinado a combater o terrorismo "com mão dura".

"Parece que alguns ainda não entenderam a magnitude do mal que nos ataca", afirmou, em uma crítica ao atual governo.

As declarações dos candidatos foram condenadas pelo governo socialista, que os acusou de "instrumentalizar" o atentado e "agitar sem vergonha o medo" dos franceses com objetivos exclusivamente eleitorais.

A segurança e o desemprego são os dois temas que mais preocupam os franceses, mas a campanha foi marcada por problemas judiciais de alguns candidatos e não aprofundou o debate.


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