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Estado de Minas

Cem anos depois, duas das três crianças pastoras de Fátima serão canonizadas


postado em 20/04/2017 10:07

Dois dos três pequenos pastores de Fátima, em Portugal, que afirmam ter visto seis vezes a Virgem Maria em 1917, serão canonizados em 13 de maio pelo papa Francisco no local das aparições, uma consagração muito aguardada por um país de forte tradição católica.

Exatamente 100 anos após a primeira visão, Francisco Marto e sua irmã Jacinta, que tinham 9 e 7 anos de idade, vão se tornar os santos mais jovens da história da Igreja Católica que não morreram em martírio.

O anúncio, feito nesta quinta-feira no Vaticano pelo papa argentino, foi recebido com entusiasmo em Portugal. "O centenário das aparições atingirá assim todo o seu esplendor!", reagiu o bispo de Leiria-Fátima, Antonio Marto.

De famílias muito humildes, as três crianças estavam longe de imaginar que iriam se tornar objeto de culto no mundo inteiro e que Fátima iria atrair a cada ano milhões de peregrinos.

Francisco, Jacinta e sua prima Lúcia dos Santos teriam visto pela primeira vez a Virgem Maria no dia 13 de maio de 1917, em um carvalho em um campo rochoso de Cova da Iria, um milagre reconhecido oficialmente pela Igreja Católica.

A cerimônia de canonização presidida por Francisco, esperado em Fátima em 12 de maio para uma viagem de menos de 24 horas, vai acontecer apenas 17 anos após a beatificação dos dois pastoresinhos por João Paulo II.

Para serem canonizados, as crianças deveriam ser creditadas com um segundo milagre pelo Vaticano. Isso aconteceu em 23 de março. Segundo o clero português, trata-se da cura em 2013 de uma criança brasileira com câncer.

Francisco morreu em 1919 e Jacinta menos de um ano depois, ambos vítimas da "gripe espanhola" que devastava a Europa. Lúcia, que se tornou freira da Ordem das Carmelitas, faleceu em 2005 aos 97 anos de idade. Seu processo de beatificação foi iniciado em 2008.

- Acusados de bruxaria -

Praticamente analfabetos e responsáveis pelo magro rebanho da família, os três pastoresinhos tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo quando a notícia das "aparições" começou a correr em Portugal.

Na época, eles foram diversas vezes atacados e acusados de bruxaria. Até mesmo a Igreja Católica questionou, em um primeiro momento, a natureza "milagrosa" de suas visões.

Depois, em 1922, a bispo de Leiria ordenou a abertura do processo canônico sobre as aparições da Virgem Maria. E em 1930, finalmente declarou o acontecido como digno de fé e autorizou o culto de Nossa Senhora de Fátima.

Ainda hoje, parte do mundo católico português duvida da autenticidade do milagre.

"Eu posso ser um bom católico e não acreditar em Fátima, porque este não é um dogma. É evidente que Nossa Senhora não apareceu em Fátima", declarou o padre Anselmo Borges, preferindo evocar uma "experiência religiosa interior" dos pastorinhos.

- Três segredos -

Segundo a tradição, durante a sua última aparição, em 13 de outubro de 1917, a Virgem teria transmitido às crianças uma mensagem dividida em três segredos durante uma "dança do sol" na presença de cerca de 70.000 pessoas.

Os dois primeiros segredos foram confiados pela irmã Lúcia a um bispo em 1941 e tornados públicos por Pio XII em 1942.

O primeiro segredo, em que ela descreve "um grande mar de fogo com os demônios e almas", evoca a visão do inferno. O segunda anuncia "uma guerra pior do que a atual".

A vidente revelou o terceiro segredo em 1944 a Pio XII com a recomendação de não publicá-lo até 1960.

De acordo com o Vaticano, que o revelou somente em 2000, continha uma visão profética do ataque contra João Paulo II, em 1981, na Praça de São Pedro, em Roma.

Depois, durante uma visita a Portugal em 2010, seu sucessor Bento XVI atualizou o último segredo, dizendo que anunciava os "sofrimentos" da Igreja, então abalada pela crise dos escândalos de pedofilia.


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