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Estado de Minas

Trump decreta revisão de lei financeira sobre reforma de Wall Street


postado em 04/02/2017 00:31

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretou nesta sexta-feira (3) a revisão da Lei Dodd-Frank, sancionada em 2010 pelo democrata Barack Obama para regulamentar os mercados financeiros após a crise de 2008.

"Hoje estamos firmando princípios fundamentais para regular o sistema financeiro dos Estados Unidos. É difícil pensar em algo mais importante, não é verdade?", disse o presidente, no Salão Oval da Casa Branca, antes de assinar o decreto.

"Vamos cortar muito da lei Dodd-Frank. Tenho amigos que não podem abrir empresas, porque os bancos não querem emprestar dinheiro por causa das regras e controles da lei Dodd-Frank", prometeu.

Pouco antes, Trump havia recebido empresários na Casa Branca.

Essas normas estavam na mira dos republicanos e do setor financeiro, que as consideravam um peso para bancos e consumidores.

Essa lei criou a Agência de Proteção dos Consumidores e, basicamente, impôs aos bancos a obrigação de fortalecer seu capital e de demonstrar anualmente sua capacidade de saírem ilesos de crises financeiras. Com essas provas, a lei pretendia evitar quebras catastróficas como a do Lehman Brothers em 2008.

Com cerca de 2.300 páginas, essa lei é voltada, em especial, para os bancos considerados "grandes demais para quebrar", porque isso desestabilizaria todo o sistema financeiro.

A associação americana de bancos ABA comemorou a determinação de Trump. A entidade pediu que seja feito "um reexame atento e prudente da Lei Dodd-Frank que permita ao setor bancário liberar seu poder".

Qualquer modificação substancial nesta lei precisa do aval do Congresso, que conta com maioria republicana - mesmo partido de Trump - em ambas as Casas.

Segundo o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca e ex-número 2 do banco Goldman Sachs, Gary Cohn, eliminar regulamentações não é fazer um favor aos bancos.

"Não tem nada a ver com (os bancos) JPMorgan, Citigroup e Bank of America", frisou.

"Os bancos devem poder estar em condições de fixar preços mais eficientemente e, em consequência, melhores para os consumidores", declarou, em entrevista a The Wall Street Journal.

Trump assinou outra ordem executiva que aponta a obrigação dos conselheiros financeiros de agirem em benefício de seus clientes. Essa norma começaria a ser aplicada em abril, mas será adiada até que sua revisão seja concluída.

"Ir contra essa regra mostra que o governo Trump está do lado de Wall Street", criticou a ONG Public Citizen.

O senador democrata Charles Schumer garantiu que seu partido fará "tudo o que estiver ao nosso alcance" para não derrogar a Lei Dodd-Frank.


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