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Estado de Minas

Internacional: um ano de fatos marcantes e tristes

ANO ficou marcado por novas formas de atentados, pelo derramamento de sangue na Síria, pelo drama da migração, entre outros fatos, como a eleição de Donald Trump


postado em 31/12/2016 08:07

Milhares de migrantes perderam suas vidas no Mediterrâneo. Outros milhares foram resgatados (foto: ARIS MESSINIS/AFP 3/10/16)
Milhares de migrantes perderam suas vidas no Mediterrâneo. Outros milhares foram resgatados (foto: ARIS MESSINIS/AFP 3/10/16)

Quando os relógios do mundo derem as 12 badaladas que encerram o ano de 2016, não serão poucos os que vão agradecer. Ufa, finalmente, o ano acabou. Um ano de fatos marcantes e tristes. Um ano de atentados que abalaram as grandes potências do planeta, de acidentes aéreos, do aumento do drama dos refugiados, de crescimento da intolerância, de terremotos, de acirramento da crise na Venezuela, de massacres, de mais bombardeios na Síria e do pesadelo em Aleppo.  E também do Brexit, que se tornou realidade depois que plebiscito referendou a saída do Reino Unido da União Europeia. E da tentativa de golpe na Turquia. Foi o ano em que o magnata Donald Trump venceu as eleições nos Estados Unidos. E Fidel Castro se despediu da vida.

Apesar dos fatos tristes terem superado os felizes, em 2016 também houve motivos para comemorar. O acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que rendeu prêmio Nobel para o presidente colombiano Juan Manuel Santos, foi um deles. A população do país rejeitou a proposta em plebiscito em 2 de outubro, mas o acordo acabou aprovado em novo formato, em 1º de dezembro. Foi o ano em que outra contemplada com o Nobel da Paz foi declarada santa: Madre Teresa de Calcutá. A canonização ocorreu em 4 de setembro. Também foi um ano de reaproximações. Quase um milênio depois do cisma entre cristãos do Oriente e do Ocidente, em 12 de fevereiro, o papa Francisco e o patriarca da Igreja Ortodoxa Kirill fizeram um encontro histórico em Cuba. E o país também se reaproximou dos Estados Unidos e recebeu a visita do presidente americano, Barack Obama, em 20 de março. Foi o primeiro líder do país a pisar em Havana desde 1959. Entre Japão e EUA, visitas históricas: a Hiroshima (27 de maio) e a Pearl Harbor (27 de dezembro). Sem desculpas, mas com homenagens às vítimas.

Donald Trump é recebido por Obama na Casa Branca(foto: JIM WATSON/AFP 10/11/16)
Donald Trump é recebido por Obama na Casa Branca (foto: JIM WATSON/AFP 10/11/16)

Entre as imagens que marcaram o ano estiveram também outras homenagens: as flores e velas depositadas nos cenários dos atentados que emocionaram o mundo. Em 22 de março, bombas estouraram no aeroporto e no metrô de Bruxelas, deixando 32 mortos. O atentado foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI). No mesmo mês, em Lahore, no Paquistão, morreram 75 pessoas durante a comemoração da Páscoa. Em 12 de junho, uma tragédia em uma boate de Orlando, nos Estados Unidos. Um americano islâmico de origem afegã, Omar Mateen, apoiador do EI, matou 49 pessoas.

No aeroporto internacional de Istambul, mais bombas durante um triplo atentado suicida que deixou 47 mortos, em 28 de junho. A autoria seria de rebeldes curdos ou do EI. Em 3 de julho, no Iraque, não houve dúvidas. O grupo jihadista promoveu o atentado em que 300 pessoas morreram em um bairro comercial de Bagdá.

Durante o feriado de 14 de julho, data em que é comemorada a Tomada da Bastilha na França, o Estado Islâmico mudou sua forma de ataque. Um tunisiano radicalizado acelerou um caminhão e atropelou uma multidão, em Nice, matando 86 pessoas. Em 19 de dezembro, mais um atentado envolvendo um desses veículos. Um caminhão foi lançado contra pessoas que estavam em uma feira natalina no Centro de Berlim. O ataque resultou em 12 mortos e dezenas de feridos. No mesmo dia, um policial turco à paisana assassinou o embaixador russo na Turquia, aos gritos de “Aleppo” e “Allahu Akbar” (Alá é Grande). Entre os dois ataques, no Afeganistão, mais um atentado foi assumido pelo EI. Mas desta vez, usando seu método mais comum, homens-bombas. Em 23 de julho, um duplo atentado suicida contra uma manifestação da minoria Hazara predominantemente xiita deixou 85 mortos em Cabul.

Civis deixam as ruínas para trás em Aleppo(foto: GEORGE OURFALIAN/AFP 8/12/16)
Civis deixam as ruínas para trás em Aleppo (foto: GEORGE OURFALIAN/AFP 8/12/16)

GUERRA AO TERROR As retaliações ao Estado Islâmico seguiram fortes durante todo o ano no Oriente Médio. A Síria foi o principal palco dos confrontos. Em 27 de março, apoiadas pela Rússia e pelo Hezbollah libanês, as forças do governo recuperam a cidade de Palmira das mãos do EI. A cidade que vinha sendo depredada pelos extremistas é considerada Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 24 de agosto, teve início a forte ofensiva turca na Síria contra as milícias curdas e os extremistas do EI.

No Iraque, em 17 de outubro, as forças iraquianas lançam uma ofensiva para reconquistar Mossul, último reduto importante do EI no Iraque. Mais de 80 mil civis fugiram dos combates. E em 15 de novembro, com a ajuda de aliados, o governo sírio concentrou suas forças para reconquistar a totalidade de Aleppo, no Norte do país. A cidade foi totalmente retomada no último dia 13. O drama e a devastação de Aleppo comoveram o mundo. A guerra no país já deixou mais de 300 mil mortos desde março de 2011. Também neste mês, o EI perdeu seu reduto líbio de Sirte. Por fim, no último dia 29, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a assinatura de um acordo de cessar-fogo entre os rebeldes armados e o governo sírio. O projeto de resolução foi apresentado ontem ao Conselho de Segurança da ONU e aplaudido pelo mundo. No entanto e infelizmente, o EI não faz parte do acordo e a gerra contra os jihadistas tende a continuar.

A migração, neste ano, se transformou em um drama ainda maior do que já era. A intolerância aumentou. Tanto que a União Europeia e a Turquia concluíram um polêmico acordo para deter o fluxo de refugiados que chegavam ao continente por meio das ilhas gregas do Mar Egeu. Apesar das tentativas de conter a chegada de homens, mulheres e crianças que fogem de áreas de conflito, como a Síria, mais de 5 mil migrantes morreram apenas na travessia do Mar Mediterrâneo. O número foi recorde em bem acima dos 3.771 registrados no ano passado, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Situações dramáticas não deixaram de existir também para os que conseguiram chegar à Europa. Na França, por exemplo, em 24 de outubro, as autoridades evacuaram a “selva” de Calais, acampamento onde milhares de refugiadas viviam em condições precárias no Norte do país.

TRAGÉDIAS NO AR Dois acidentes aéreos marcaram o mundo em 2016 – além do que deixou 71 mortos, a maioria da equipe da Chapecoense em 29 de novembro, na Colômbia. Foi o de 19 de maio, com aeronave da EgyptAir, que deixou o aeroporto Charles de Gaulle (Paris) em direção ao Cairo, no Egito. O avião caiu no Mediterrâneo e matou 66 pessoas. E no último dia 25, uma aeronave militar russa caiu no Mar Negro com 92 pessoas a bordo, incluindo cerca de 60 membros do coro do Exército Vermelho.

Fenômenos naturais também não pouparam 2016. Em 16 de abril, um terremoto de 7,8 graus deixou mais de 670 mortos e 6,3 mil feridos no Equador. Em 24 de agosto foi a vez da Itália ficar desolada. Forte tremor, de 6,2 graus de magnitude, arrasou vários povoados e matou 300 pessoas na região central do país. O Furacão Matthew, em 4 de outubro, por sua vez, deixou mais de 540 mortos no Haiti. A região Sudoeste do país foi devastada.

Descoberta

O Panama Papers foi o destaque do começo de abril, quando no dia 3, um consórcio internacional de jornalistas investigativos revelou 11,5 milhões de documentos de um escritório de advocacia do Panamá, que denunciam uma ampla rede de evasão fiscal. Celebridades mundiais estavam entre os clientes do escritório.

 

ENQUANTO ISSO...ameaças e Avanços

Com relação à ameaça nuclear, houve avanço com a entrada em vigor do acordo com o Irã, em 16 de janeiro. Mas retrocesso, tendo em vista os testes feitos pela Coreia do Norte. O mais preocupante foi o com uma miniatura da mortal bomba de hidrogênio, no dia 6 do mesmo mês. E o mais potente foi o realizado em 9 de setembro. Pelo lado bom, mas com relação ao aproveitamento da energia solar, destaque para o lançamento do avião Solar Impulse 2, que completou uma missão de volta ao mundo com sucesso, em 25 de julho. No espaço, a sonda Rosetta atingiu deliberadamente o cometa 67P, e encerrou mais de 12 anos de odisseia.


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