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Estado de Minas

Furacão Matthew deixa 108 mortos no Haiti e se aproxima dos EUA

Segundo as autoridades aeroportuárias, 90% dos voos previstos para esta quinta-feira em Miami foram cancelados. O presidente Barack Obama decretou estado de emergência


postado em 06/10/2016 15:25 / atualizado em 06/10/2016 15:36

(foto: AFP PHOTO / NOAA-NASA )
(foto: AFP PHOTO / NOAA-NASA )

Pelo menos 108 pessoas morreram no Haiti pelos efeitos do furacão Matthew, que subiu para a categoria 4 e se aproxima dos Estados Unidos, onde mais de dois milhões de pessoas são convocadas a deixar o litoral atlântico leste.

O ministro do Interior haitiano, François Anick Joseph, disse nesta quinta-feira (6) por telefone que ao menos 108 pessoas morreram no país - o mais pobre das Américas. O balanço anterior era de 23 mortos.

Só no município de Roche-à-Bateau, no sul do Haiti, houve "ao menos 50 mortos", informou o deputado Ostin Pierre-Louis do departamento do sul. "Toda o litoral sul do Haiti, da cidade de Les Cayes até Tiburon, está devastado", acrescentou Pierre-Louis, contactado por telefone.

O acesso à área afetada continuava sendo difícil 48 horas depois que o furacão atingiu o local.

Em sua passagem pelo Caribe, Matthew também causou quatro mortes na República Dominicana, onde mais de 36.500 pessoas foram retiradas e mais de 3.500 casas ficaram destruídas ou inundadas.

Está previsto que o furacão, que se fortaleceu nesta quinta-feira e subiu para a categoria 4 na escala Saffir-Simpson (até 5), chegue à Flórida durante a madrugada de sexta-feira (7), de acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês) dos Estados Unidos.

Segundo o último boletim do NHC, das 15h00 GMT (12h de Brasília), Matthew se encontrava 40 km a oeste de Nassau, capital das Bahamas, e 290 km a sudeste de West Palm Beach, balneário situado a 100 km ao norte de Miami, com ventos de 200 km/h.

"É o furacão mais forte que atinge esta área em décadas", advertiu o NHC. "Não surfem, não vão à praia. Vocês morrerão", advertiu nesta quinta-feira o governador da Flórida, Rick Scott, em uma coletiva de imprensa.

O presidente americano, Barack Obama, anunciou um plano de ajuda federal ao estado do sudeste americano, aonde o furacão chegará nas próximas horas.

Ao decretar o estado de emergência federal, o presidente permite desbloquear rapidamente recursos federais de assistência e que as agências de segurança interior (DHS) e de gestão de situações de emergência (Fema), coordenem os trabalhos de resgate.

A Geórgia, estado vizinho, também ordenou a evacuação dos habitantes de seu litoral nesta quinta-feira. "Ordeno agora uma evacuação obrigatória de todas as zonas situadas a leste da estrada I95", área que compreende seis condados, falou o governador da Geórgia, Nathan Deal, em um comunicado.

Na Carolina do Sul, das 250.000 pessoas que haviam sido recomendadas a evacuação, 175.000 já haviam feito até a manhã desta quinta-feira, informou o governador Nikki Haley, considerando que esse número "não é suficiente".

Refugiados em sua garagem
O governador da Flórida, um estado acostumado a tempestades tropicais, urgiu ao seus concidadãos que não esperem até o até o último minuto para pegarem a estrada e assim evitarem ficar em engarramentos ou sem gasolina.

Os candidatos à Presidência Hillary Clinton e Donald Trump também solicitaram aos cidadãos que evacuem as zonas de perigo, mas alguns habitantes desafiam essas recomendações.

Judy Ruscino, de 74 anos, explicou que ela e seu marido se refugiaram na garagem de sua casa no litoral. "Tenho um pouco de medo. Sei que é bastante grave, mas temos areia, compramos comida e a porta da garagem está protegida contra as tempestades", assegurou.

Segundo as autoridades aeroportuárias, 90% dos voos previstos para esta quinta-feira em Miami foram cancelados.

A devastadora força de Matthew continuava varrendo o centro do arquipélago das Bahamas, onde os aeroportos foram fechados e os cruzeiros turísticos desviados. As autoridades pediram a seus habitantes que fiquem nas partes altas da ilha por temerem o aumento do nível da água.
(foto: HECTOR RETAMAL/AFP)
(foto: HECTOR RETAMAL/AFP)

Haiti, o mais atingido

O Haiti foi o país mais atingido por este furacão. "A situação nas principais cidades que sobrevoamos é catastrófica", comentou o presidente provisório, Jocelerme Privert.

O vento e as chuvas inundaram cerca de 2.000 casas, danificaram 10 escolas, destruíram importantes áreas agrícolas, empresas, estradas e pontes. Mais de 21.000 pessoas foram evacuadas e instaladas em refúgios provisórios.

O Haiti, muito vulnerável às intempéries devido a um grande desmatamento, tenta se recuperar do terremoto de 2010 que deixou mais de 200.000 mortos no país mais pobre do Caribe. Agora teme que se manifeste um reaparecimento da epidemia de cólera, considerando que já foram registrados oito novos casos.

As eleições presidenciais no país, previstas para domingo (9), foram adiadas na quarta-feira (5) diante da situação deixada pelo furacão.

Anteriormente, Matthew já havia atingido o extremo leste de Cuba, onde os municípios Baracoa, Imías, Maisí e San Antonio del Sur da província de Guantánamo estavam isolados e bastante destruídos, porém ainda não há informações sobre vítimas.


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