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Estado de Minas

Dois policiais são feridos na Bélgica em possível ataque terrorista


postado em 05/10/2016 18:07

Um ex-militar belga feriu dois policiais em Bruxelas, nesta quarta-feira (5), com uma faca, no que está sendo considerado um possível ataque "terrorista" em um momento de grande mobilização de forças de segurança após os atentados extremistas do último ano na Europa.

"Contamos com elementos para acreditar que se trata de um ataque terrorista", declarou à AFP Eric Van Der Sypt, porta-voz do Ministério Público, organismo que se encarrega dos casos de terrorismo no país.

Os incidentes ocorreram ao meio-dia, no bairro de Schaerbekk, em Bruxelas, quando Hicham D., um cidadão belga de 43 anos, feriu os dois policiais - um homem e uma mulher - no bulevar de Lambermont, segundo o MP.

Uma testemunha contou à televisão pública RTBF como o agressor "dava socos e pontapés" no agente, antes de bater em sua companheira, que "chorava e estava ensanguentada".

"Depois a Polícia chegou, saíram de seu veículo e atiraram", completou.

O homem "recebeu uma bala na perna durante a intervenção", mas não está correndo "risco de vida", segundo o Ministério Público.

Os agentes também não correm perigo e apenas apresentam ferimentos na barriga e no pescoço, indicaram fontes judiciais.

Durante sua detenção, o homem "feriu levemente um terceiro policial", disse Van Der Sypt. Segundo os jornais belgas, o terceiro agente teria quebrado o nariz.

"Trata-se de um ex-militar que serviu no Exército belga até 2009", indicou à AFP uma fonte próxima à investigação.

Na busca em sua casa, localizada também em Schaerbeek, não foram encontradas "armas, nem explosivos", ainda de acordo com o Ministério Público.

Um juiz de instrução deve decidir nos próximos dias se ele continuará preso.

Um boxeador próximo aos extremistas

A RTBF identificou o agressor como um "boxeador", que desempenhou um papel "periférico" em casos de terrorismo.

Além disso, segundo vários meios de comunicação locais, ele já teria sido fichado por "ter contatos com combatentes que partiram para a Síria" para lutar com os extremistas.

O suspeito também se apresentou para as eleições regionais de 2004, em Bruxelas, pelo Partido Cidadania e Prosperidade (PCP), de inspiração islamita, segundo a emissora pública.

Esse perfil corresponde ao de um homem chamado Hicham Diop, que obteve 200 votos nessas eleições.

Em uma entrevista em 2014 ao jornal La Dernière Heure, que o apresentava como um "boxeador profissional", pai de cinco filhos e ex-soldado do Exército belga, o homem afirmava ter sido objeto de uma "tentativa de homicídio" em 2011.

Segundo ele, um "veículo blindado da Polícia Federal" o atacou em frente a sua casa, mas o caso foi arquivado.

Alerta 3 de 4 na Bélgica

O incidente foi registrado pouco depois que uma das principais estações de trens e ônibus de Bruxelas e uma sede do Ministério Público foram esvaziadas por um falso alerta de bomba.

A poucos quilômetros estava a sede do Conselho Europeu, que acolhe nesta quarta-feira (5) uma conferência de doadores para o Afeganistão, com a presença do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e do presidente afegão, Ashraf Ghani, entre outros líderes.

A Bélgica se encontra no nível 3 de alerta terrorista, em uma escala que vai até 4, após os atentados extremistas em Paris, em 13 de novembro (com 130 mortos), e na capital belga, em 22 de março (com 32 mortos).

Apesar da importante dispersão das forças de segurança, nos últimos meses, diversos ataques similares ao desta quarta-feira ocorreram.

Os militares e policiais desse país europeu são, muitas vezes, alvos de ameaças por parte do grupo Estado Islâmico (EI), principalmente depois que integrou a coalizão internacional que luta contra essa organização extremista na Síria.

Em 7 de setembro, um homem agrediu dois policiais com uma faca, sem chegar a feri-los, na comunidade de Molenbeek, de onde saíram muitas pessoas envolvidas nos atentados de novembro em Paris.

Outros dois agentes foram feridos por um facão em 6 de agosto passado, em Charleroi, por um homem que gritou "Allahu Akbar" (Alá é grande), antes de ser morto pelas forças de ordem. O EI assumiu a autoria desse ataque.


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