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Estado de Minas

Japonês vence o Nobel de Medicina por pesquisas sobre a autofagia


postado em 03/10/2016 08:46

O japonês Yoshinori Ohsumi foi anunciado nesta segunda-feira como o vencedor do prêmio Nobel de Medicina por suas descobertas sobre a autofagia, pela qual as células digerem seus próprios resíduos e cuja disfunção pode provocar doenças como o Parkinson ou a diabetes.

Ohsumi, 71 anos, atuou a maior parte de sua carreira de biólogo na Universidade de Tóquio, onde suas experiências se mostraram cruciais para compreender a renovação das células, o envelhecimento e a resposta do corpo à fome e às infecções.

"As dificuldades para estudar o fenômeno faziam com que soubéssemos pouco sobre o tema até que, em uma série de experimentos brilhantes no início dos anos 1990, Yoshinori Ohsumi utiliza o lêvedo para identificar os genes essenciais da autofagia", explicou a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska, que concede o prêmio.

"Depois ele prosseguiu para elucidar os mecanismos subjacentes da autofagia no lêvedo e demonstrou que nossas células utilizavam um sofisticado mecanismo similar", completa a Assembleia.

O belga Christian de Duve, um dos três premiados com o Nobel em 1974, foi quem deu o nome ao processo de autofagia. De Duve também participou nos estudos que renderam em 2004 o Nobel de Química ao americano Irwin Rose e aos israelenses Aaron Ciechanover e Avram Hershko.

O processo é essencial para a renovação celular. Nossas células se autodestroem, se envolvem em vesículas com dupla membrana e depois passa aos lisossomas, os organismos responsáveis por digerir e destruir os resíduos e bactérias.

- Doenças lisossômicas -

O mau funcionamento do processo pode provocar todo tipo de doenças, incluindo as chamadas "lisossômicas", de origem genética, assim como a doença de Huntington, Alzheimer, Crohn, miopatias, entre outras.

"Problemas na autofagia estão ligados ao mal Parkinson, à diabetes tipo 2 e a outros problemas que aparecem nas pessoas mais velhas", afirma o júri.

"As mutações dos genes da autofagia podem provocar doenças genéticas. Atualmente está acontecendo uma pesquisa intensa para desenvolver tratamentos que podem apontar para a autofagia em diferentes afecções", destacou.

Ohsumi, professor honorário da Universidade Tecnológica de Tóquio (conhecida como Tokodai), receberá o prêmio de oito milhões de coroas suecas (834.000 euros, 934.000 dólares), além de um diploma e da medalha Nobel.

"Ficou um pouco surpreso", afirmou o secretário do júri, Thomas Perlmann, que telefonou para o japonês antes do anúncio.

"Se a função da autofagia é defeituosa, as células nervosas não podem funcionar corretamente. Em estudos experimentais também foi observado que o embrião não pode se desenvolver com normalidade", destacou o presidente da Assembleia Nobel de Medicina, Rune Toftgård, ao canal SVT.

Yoshinori Ohsumi sucede William Campbell, americano nascido na Irlanda, o japonês Satoshi Omura e a chinesa Tu Youyou, premiados em 2015 por pesquisas sobre tratamentos contra as infecções parasitárias e a malária.

O Nobel de Medicina é o primeiro da temporada. Na terça-feira será anunciado o prêmio de Física e no dia seguinte o de Química. Na sexta-feira será a vez do Nobel da Paz e na segunda-feira o de Economia.

O Nobel de Literatura fecha a temporada em 13 de outubro.


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