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Estado de Minas

Mulher processa prisão de Miami por prendê-la em cela com 40 homens


postado em 14/09/2016 18:31

Ninguém explica como pôde ocorrer tal confusão, mas foi assim: uma dominicana processou o sistema penitenciário de Miami por ter sido confundida com um homem e enviada a uma cela masculina.

A advogada dominicana Fior Pichardo de Veloz, mãe de três filhos, foi presa em novembro de 2013 por um crime vinculado ao narcotráfico e presa em uma cela com 40 homens que a intimidaram e a ameaçaram de estupro durante dez horas.

De acordo com o processo apresentado nesta semana em um tribunal federal de Miami, uma avaliação médica no momento de sua detenção determinou que Pichardo tinha "características de homem não tradicionais".

Consultados pela AFP, os advogados da dominicana de 54 anos não explicaram quais eram estas supostas características.

Três enfermeiros do Departamento de Correção e Reabilitação de Miami-Dade a examinaram e determinaram que Pichardo era um homem, indica o processo obtido na quinta-feira pela AFP.

Depois, três oficiais da prisão a reclassificaram como homem, dado que inicialmente havia sido identificada como mulher, e ordenaram sua transferência a uma cela masculina.

"Após o 'exame' realizado por uma enfermeira do condado de Miami-Dade, foi determinado que Pichardo tinha órgãos reprodutores masculinos e foi enviada a uma instalação de homens. Esta identificação foi escandalosamente errônea", escreveram os advogados no processo.

"Pichardo é muito feminina e não tem qualquer característica que possa remotamente confundi-la com um homem", acrescentaram.

Ao ser confinada em uma cela com outros 40 réus, foi submetida a ameaças, abusos e possíveis estupros. De acordo com o processo, um oficial da prisão lhe disse em espanhol quando a prendeu: "Sorte se te vir viva amanhã".

Depois, se viu forçada duas vezes a que a examinassem e fotografassem suas partes íntimas. Finalmente, foi enviada a uma cela solitária, onde temeu por sua vida quando os guardas homens a obrigaram a se despir, a olharam de forma desrespeitosa e a fotografaram de forma vexatória.

Cerca de dez horas depois desta experiência, as autoridades penitenciárias reavaliaram seu caso e reconheceram seu erro.

"Pichardo continua sofrendo angústia emocional, medo por sua vida, desesperança, medo por sua segurança e medo de ser estuprada", declara o processo.

Além disso, a advogada, que é funcionária pública em seu país, foi humilhada após a divulgação de sua experiência, completa o texto.

Sob as acusações de privação de seus direitos constitucionais, negligência e violação da privacidade, Pichardo pede uma indenização de 750.000 dólares.

Ao longo de alguns meses, as autoridades retiraram as acusações e a mulher voltou à República Dominicana, onde reside.


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