Washington e Moscou se acusaram mutuamente nesta terça-feira por manobras marítimas perigosas entre dois navios de guerra no Mar Mediterrâneo, em meados de junho.
O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, afirmou que o USS Gravely se aproximou - em 17 de junho passado - da fragata russa Yaroslav Mudry a uma distância "perigosa".
"Denuncio uma violação grosseira das regras internacionais", mais precisamente do acordo marítimo entre Estados Unidos e União Soviética firmado em 1972.
Segundo o ministro, o USS Gravely "se aproximou de maneira perigosa do navio de patrulha russo Iaroslav Moudryï, a uma distância de 60 a 70 metros", e depois passou a "180 metros de sua proa".
"Este incidente mostra que os marinheiros americanos se permitem esquecer das regras básicas da segurança marítima".
Já um oficial do Pentágono afirmou que o navio russo fez uma manobra perigosa e "pouco profissional" para se aproximar do barco americano.
De acordo com o oficial, os navios se cruzaram a uma distância em torno de "290 metros".
O navio russo "exibiu deliberadamente um falso sinal internacional", acrescentou outro oficial americano.
Estas ações podem provocar uma "escalada desnecessária nas tensões", afirmou o oficial americano.
A Rússia insistiu em que sua fragata se encontrava em águas internacionais e não realizou "manobras perigosas".
A tensão entre Moscou e Washington atingiu seu nível mais alto desde a Guerra Fria em razão da crise na Ucrânia e da anexação da Crimeia por parte da Rússia, em março de 2014.