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Estado de Minas

O camaleão e sua língua 'misteriosa'


postado em 20/06/2016 17:16

Campeão do disfarce, da observação e da projeção da língua, o camaleão possui, além disso, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista britânica Nature Physics, outro recurso de caçador muito especial: sua saliva pegajosa.

O camaleão é um predador considerado "oportunista" porque não corre atrás dos insetos como os outros lagartos. Ele se esconde e espera.

Disfarçado de pedra ou de galho, observa ao seu redor sem se mover graças a seus olhos independentes. Um olho pode espiar a presa que está à frente, enquanto o outro vigia a que está atrás.

Quando uma mosca, uma mariposa ou uma aranha é detectada ao seu alcance, o camaleão projeta sua língua a uma distância que pode alcançar até duas vezes o comprimento de seu corpo. Tudo com uma fenomenal velocidade, sem precedentes entre os répteis, pássaros ou mamíferos, excetuando a salamandra.

Graças a sua língua versátil e a forma de lançá-la, ele atordoa a presa. Mas os especialistas se perguntavam como era capaz de levá-la de volta à boca.

Segundo alguns investigadores, trata-se de um fenômeno de aspiração, para outros era um mecanismo vinculado às rugosidades da superfície da língua ou da presença de uma ventosa muscular na ponta da língua.

Aspirador, velcro ou ventosa? Pascal Damman, da Universidade de Mons na Bélgica, e seus colaboradores resolveram o enigma desenvolvendo um dispositivo para medir a viscosidade da saliva e calculando o tamanho limite de suas presas graças a um modelo.

O resultado foi conclusivo: a aderência viscosa é suficientemente poderosa para explicar como o camaleão "gruda" a sua língua em insetos de até um terço do seu próprio peso.

Tivemos a surpresa de constatar que a viscosidade deste fluido é muito grande - quase 1.000 vezes superior a da saliva - próxima a do muco utilizado pelos caracóis para deslocarem-se, explicou à AFP Pascal Damman.

Quanto mais forte e rápido o animal projeta sua língua, mais considerável será a adesão.

Quando a presa chegar à boca, as forças que ajudaram a provocar sua aderência deixam de ser exercidas, permitindo ao camaleão deglutir os insetos sem morder a língua.


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