
O ataque à boate gay Pulse em Orlando, que causou a morte de 50 pessoas e deixou 53 feridos, na madrugada deste domingo, causou revolta em todo mundo, principalmente de grupos LGBTs. No Brasil, homenagens foram feitas durante a Parada Gay no Rio de Janeiro e também em São Paulo. Em Belo Horizonte, uma vigília em homenagem às vítimas de LGBTfobia foi marcada para a próxima terça-feira na Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul da cidade.
Os organizadores pedem que os participantes levem velas e bandeiras com as cores do arco-íris. “Vigília pelas vítimas de LGBTfobia, tanto no massacre em Orlando, quanto no Brasil - um dos países que mais matam por LGBTfobia no mundo e onde se verifica um aumento do discurso de ódio em alguns setores da sociedade. A escolha do local da vigília é simbólico. Nos dias 15, 16 e 17 de junho, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, acontece a rodada final de discussões do Fórum do Plano Estadual de Educação e, infelizmente, uma parcela dos presentes pretende censurar a discussão de gênero nas escolas mineiras. Acreditamos que somente por meio da educação é possível combater os discursos de ódio e a violência contra a diversidade”, afirma os organizadores no evento criado no Facebook.
O ataque na boate foi o mais mortal tiroteio da história dos Estados Unidos. O suspeito entrou no estabelecimento com um fuzil AR-15 e uma arma de pequeno porte, além de um "dispositivo" não identificado. Ele abriu fogo e atingiu os frequentadores. Omar Mateen, de 29 anos, morreu durante a troca de tiros com a polícia. A agência de notícias Amaq, ligada ao Estado Islâmico, disse que um dos soldados do grupo extremista foi o responsável pelo ataque.
As autoridades norte-americanas estão sendo cautelosas em relação ao ataque. Até agora, confirmam apenas que Omar é descendente de afegãos, e foi o responsável pelo massacre. O FBI disse ainda que o atirador comprou ao menos duas armas de fogo nas últimas semanas e que trabalhou como segurança. Além disso, Mateen foi alvo de investigação em 2013 após comentários "inflamatórios" no ambiente de trabalho e manteve ligações com um suspeito de planejar um ataque a bomba em 2014. Porém, a polícia federal norte-americana não confirmou a ligação entre o massacre e o EI.
O curto comunicado do EI foi distribuído por meio do Telegram, um aplicativo de mensagens. O texto diz que o ataque "visou uma boate para homossexuais". Em territórios em que controla na Síria e no Iraque, o EI rotineiramente executa homossexuais. O grupo também exibe, por meio de seus canais de propaganda, vídeos de seus soldados empurrando homens acusados de serem gays de edifícios.
O EI pediu no mês passado que seus apoiadores realizassem ataques no Ocidente durante o mês sagrado do Ramadan, que começou na semana passada. O mês é considerado de sacrifício e luta por alguns muçulmanos e coincide com o aumento expressivo da violência de grupos extremistas, como Estado Islâmico e a Al-Qaeda.
