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Estado de Minas

Economia americana freia mais do que o previsto


postado em 28/04/2016 18:16

A economia dos Estados Unidos freou no primeiro trimestre e teve o crescimento mais fraco em dois anos, com menores gastos dos consumidores e das empresas em meio a incertezas econômicas e financeiras mundiais.

O Produto Interno Bruto (PIB) americano avançou apenas 0,3% entre janeiro e março, em ritmo anual e dados corrigidos de variações sazonais, enquanto os analistas apostavam em um crescimento de 0,9%, após um crescimento moderado de 1,4% no último trimestre de 2015.

"A desaceleração do crescimento obedece a uma queda mais pronunciada dos investimentos não residenciais, a uma desaceleração dos gastos dos consumidores, a uma queda dos gastos federais e a importações que se tornaram de sinal positivo", ressaltou o Departamento em um comunicado.

Os gastos dos consumidores, que são tradicionalmente o motor da economia americana, aumentaram apenas 1,9%, seu avanço mais fraco desde o primeiro trimestre do ano passado. Um dos setores mais afetados foi a compra de bens (+0,1%), que vivenciou seu pior resultado em cinco anos.

A outra má notícia foi a queda dos investimentos das empresas (-5,9%), em seu ritmo mais baixo desde o segundo trimestre de 2009, quando os Estados Unidos estavam em plena recessão.

Esta queda é particularmente forte na indústria de extração, deprimida pelos baixos preços do petróleo, com uma queda dos investimentos de 86%, o pior resultado registrado até agora, indicou uma analista de estatísticas.

As exportações continuaram caindo (-2,6%) como consequência do fortalecimento do dólar, enquanto as importações subiram (+0,2%), dados que têm seu peso no PIB.

Os gastos do Estado federal voltaram, por sua vez, ao terreno negativo (-1,6%).

Entre os pontos fortes, é possível destacar os gastos das famílias, que cresceram 14,8%, o ritmo de crescimento mais elevado desde o fim de 2012.

O Federal Reserve (Fed), que na quarta-feira manteve inalterada a taxa de juros, advertiu que o crescimento desacelerou, destacando, em particular, a queda dos gastos das famílias e das exportações, mas afirmou que no futuro a atividade econômica "crescerá de maneira moderada".

"A economia dos Estados Unidos atravessou uma fase dura no final do ano passado com o PIB crescendo menos de 0,10% nos dois trimestres anteriores", lembrou Harm Bandholz, do UniCredit Economics.

Analistas apontam o recente aumento do petróleo como um alívio para o setor de energia, que, prejudicado pela queda de preços, tem tido menos gastos e investimentos.

"Outro fraco crescimento no primeiro trimestre provavelmente será seguido por um maior crescimento no resto do ano, como ocorreu nos últimos dois anos", disse Nariman Behravesh, economista-chefe da IHS Global Insight. Para o segundo trimestre disse esperar que o crescimento chegue pelo menos a 2%.

Para alguns analistas, esta estimativa do Departamento de Comércio deve ser observada com cuidado, por causa dos persistentes problemas no ajuste de dados pelas correções do primeiro trimestre;

"Parece sombrio, mas o segundo trimestre será muito melhor", prevê Ian Shepherdson, economista-chefe do Pantheon Macroeconomics.

Exportações e moradias

As exportações caíram sob a pressão de um dólar forte e uma economia mundial com menor crescimento. Os gastos do governo federal também recuaram, com um redução nos gastos com defesa.

O mercado imobiliário continua em alta. A compra de moradias subiu quase 15% no primeiro trimestre, o que significa o melhor crescimento desde o final de 2012.

A inflação subjacente, que exclui alimentos e energia, subiu a uma taxa anual de 1,9%, o que a deixa bem perto da meta de 2% fixada pelo Fed.

Para os economistas, os dados do crescimento justificam a cautela mostrada na quarta-feira pelo Fed ao manter intactas a baixíssima taxa de juros.

O Fed, que aponta o fortalecimento do mercado de trabalho, também prevê que a atividade econômica "se expandirá em ritmo moderado" durante o resto do ano.

"O Fed fez bem ao ser cauteloso", disse Chris Low de FTN Financial.

"Até agora as companhias ainda investem em capital humano, mas o atual crescimento do emprego não é algo totalmente assegurado devido aos fracos dos investimentos das empresas", disse.


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