O suboficial do Exército colombiano Jair de Jesús Villar, sequestrado pela guerrilha do ELN desde o último 3 de fevereiro, foi libertado neste domingo em uma zona rural entre os departamentos de Antioquia e Bolívar (nordeste), informou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
"O militar foi entregue a uma comissão humanitária formada por membros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e por representantes da Igreja Católica", informou em um comunicado o CICV.
Em uma avaliação médica inicial realizada por uma enfermeira do CICV, foi determinado que o suboficial "encontrava-se em condições de saúde aptas para sua transferência".
"Nós o vimos muito bem, muito sereno, feliz de voltar conosco", contou em uma nota Darío Monsalve, o arcebispo de Cali que acompanhou a delegação do CICV.
O oficial Jair de Jesús Villar foi capturado pelo Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista), a segunda guerrilha do país, enquanto realizava trabalhos de inteligência no município de Segovia, Antioquia, a cerca de 200 quilômetros ao nordeste de Medellín.
O militar foi levado de helicóptero a Barrancabermeja pela organização humanitária, para posteriormente ser transferido para o Hospital Militar de Bogotá.
"Comemoramos a libertação do militar Jair de Jesús Villar e reiteramos nossa exigência ao ELN de libertar Ramón Cabrales", disse por sua parte no Twitter o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo.
Santos advertiu no sábado ao ELN que não iniciará nenhuma negociação de paz com este grupo até que liberem também o civil Ramón José Cabrales, conselheiro do governo do Norte de Santander, que encontra-se no poder da guerrilha desde setembro de 2015.
"Não começaremos essa fase pública sem que tenham libertado a outra pessoa sequestrada (Cabrales) que têm em suas mãos", disse o presidente durante uma visita a Barichara (nordeste).
O governo de Santos encontra-se desde janeiro de 2014 em negociações preliminares com o ELN, com cerca de 1.500 combatentes, na tentativa de estabelecer um diálogo formal similar ao que desenvolve há mais de três anos em Cuba com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas).
O conflito colombiano, que começou como uma revolução camponesa na década de 1960, enfrentou durante mais de 50 anos guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e forças públicas e deixa 260.000 mortos, 6,6 milhões de deslocados e 45.000 desaparecidos.