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Estado de Minas

Otan define modalidade de sua missão contra tráfico de migrantes


postado em 25/02/2016 09:52

Os 28 países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) definiram as modalidades operacionais de sua missão naval contra o tráfico de migrantes a partir do litoral turco até a ilhas gregas, segundo um comunicado difundido nesta quinta-feira.

Os ministros da Defesa da Otan decidiram, em 11 de fevereiro, realizar esta missão, inédita para esta organização militar defensiva que até agora se negava a se envolver na pior crise migratória da Europa desde 1945.

"Nossos navios vão fornecer informação às Guardas Costeiras e a outras autoridades nacionais da Grécia e Turquia. Isso os ajudará a ser mais eficientes para enfrentar as redes de tráfico ilegal" explicou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, no comunicado.

"Nosso valor agregado é que poderemos facilitar uma cooperação mais estreita entre Atenas e Ancara", dois países da Otan cujas relações geralmente são muito tensas.

"Também estabeleceremos vínculos diretos com a Frontex, a agência de fronteiras da União Europeia", que ajuda com barcos as autoridades gregas, indicou Stoltenberg, esclarecendo que a missão não consiste em "fazer regressar os barcos carregados de migrantes".

A área de operações é uma zona sensível entre a Turquia e a Grécia, que mantêm versões desencontradas sobre os limites de suas águas territoriais e as fronteiras de seu espaço aéreo.

Os navios da Otan poderão ser posicionados nas águas territoriais de ambos os países.

No entanto, para evitar divergências entre os vizinhos, os barcos da Grécia e da Turquia operarão cada um em seu lado.

"As forças gregas e turcas não operarão no espaço aéreo nem nas águas territoriais do outro", enfatizou a Aliança Atlântica.

Por outro lado, muitos estados membros da Otan temem que os traficantes dirijam seus barcos carregados de refugiados até navios militares, obrigando-os a socorrê-los e dar abrigo a eles.

"Quando as pessoas que vierem da Turquia forem salvas, elas serão devolvidas à Turquia", insistiu Stoltenberg, em conformidade com o projeto de 11 de fevereiro.

"Ao realizar suas missões, nossas nações respeitarão o direito nacional e internacional", acrescentou.

No último dia 15, aviões de combate turcos invadiram diversas vezes o espaço aéreo grego, nas vésperas da operação da Otan para patrulhar e impedir traficantes de organizar a travessia de milhares de migrantes que fogem de conflitos, principalmente na Síria e no Iraque.

A Grécia teme que o governo turco aproveite a crise dos migrantes para reforçar sua presença no mar Egeu, onde dois países disputam a soberania de algumas ilhas.

Em 1996, um incidente na pequena ilha de Kardak (Imia em grego), perto da costa ocidental turca, quase provocou um conflito armado.

A Grécia se diz disposta a colaborar com a Turquia na luta contra traficantes de seres humanos, mas pede para que Ancara aplique o acordo bilateral de retorno dos migrantes que chegam em solo grego.

Milhares de migrantes continuam atravessando diariamente o mar Egeu da Turquia rumo à Grécia, sendo que muitos já perderam a vida.

A Europa vive a pior crise migratória desde a segunda guerra mundial, com a chegada de mais de um milhão de migrantes em 2015, 850.000 deles pelo mar Egeu.


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