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Estado de Minas

Papa clama por um México sem emigrantes e sem 'traficantes da morte'

Durante missa em Ecatepec, famosa pelo alto índice de assassinato de mulheres, Francisco falou a cerca de 300 mil fiéis


postado em 14/02/2016 17:31 / atualizado em 14/02/2016 20:44

O papa Francisco clamou neste domingo que os mexicanos façam de seu país uma terra de oportunidades, onde "não haja necessidade de emigrar para sonhar" e onde não haja risco de cair nas mãos do que chamou de "traficantes da morte".

Em uma homilia pronunciada para 300 mil fiéis na cidade de Ecatepec, próxima à capital, Francisco convidou a população a "fazer dessa bendita terra mexicana uma terra de oportunidades, onde não haja necessidade de emigrar para sonhar, onde não haja necessidade de ser explorado para trabalhar".

O papa Francisco celebrou a missa ao ar livre. Ecatepec é um perigoso subúrbio da Cidade do México. Lá milhares de fiéis passaram a noite, desafiando o clima para escutar o pontífice que chegou para falar dos problemas que assolam o país. A missa, no campus de uma universidade de Ecatepec, com capacidade para 300 mil pessoas, foi celebrada um dia depois de Francisco ter pressionado líderes políticos e religiosos para que combatam a ameaça da violência proveniente do tráfico de drogas.

A cidade tem de 1,6 milhão de habitantes e faz parte do estado do México, uma região que se tornou famosa pelos números alarmantes de desaparecimentos de mulheres e resgate de muitos de seus corpos desmembrados flutuando no Río de los Remedios, a cerca de 20 quilômetros da sede da missa.

 

Foram pelo menos 600 assassinatos de mulheres entre janeiro de 2014 e setembro de 2015, segundo dados da ONG Observatório Cidadão Nacional do Feminicídio. Protegidos por centenas de policiais e militares, os fiéis consideram que a visita do Papa a Ecatepec tem como finalidade renovar a fé de seus habitantes e despertar a consciência daqueles que cometem crimes. "Sabemos que Ecatepec tem muitos problemas no sentido da insegurança, sequestros", disse Rodrigo Pérez, um estudante de 25 anos que deseja ser policial. A visita do papa "é uma oportunidade para falar de paz e unidade".

Muitos fiéis, que dormiram sob tendas improvisadas feitas de pedaços de plástico e papelão, suportando temperaturas quase negativas, passeavam pela manhã envoltos com seus cobertores, alguns deles com a imagem do religioso impressa. "Nós confiamos em Deus e temos fé; o papa vem por algum motivo" a Ecatepec, disse Luz María Osorio Cruz, de 60 anos e vinda de uma cidade vizinha, que desafiou a insegurança da zona, dormindo na rua para poder entrar na missa.


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