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Estado de Minas

Eleições americanas: partidos iniciam primárias em Iowa


postado em 02/02/2016 00:52

Os dois maiores partidos políticos dos Estados Unidos - Democrata e Republicano - iniciaram nesta segunda-feira em Iowa as primárias para escolher seus candidatos para disputar as eleições presidenciais de novembro, a hora da verdade para os favoritos Hillary Clinton e Donald Trump.

Por volta das 20h locais (23h, no horário de Brasília), milhares de eleitores registrados nos partidos Democrata e Republicano deram o pontapé inicial a este longo processo. Estima-se que pouco mais de 200.000 pessoas votarão em Iowa.

Um bom resultado nesta primária pode decidir o destino de um pré-candidato. Na semana seguinte, as primárias seguirão em New Hampshire e assim, sucessivamente, nos demais estados até junho. As eleições presidenciais serão realizadas em 8 de novembro.

Entre os republicanos, o voto é secreto, enquanto os democratas formarão grupos por candidatos para conceder a eles delegados. Jovens que completarem 18 anos antes da eleição presidencial em novembro estão habilitados a votar e a participar das eleições internas.

Ao todo, 12 republicanos e três democratas estão na disputa pela sucessão do presidente Barack Obama.

Hillary Clinton defende sua posição de favorita nas primárias democratas, enquanto no grupo republicano o magnata Donald Trump tentará provar que não é apenas um fenômeno midiático.

'Estou pronta'

Desde os anos 1970, Iowa defende manter o privilégio de ser o primeiro estado a votar nas primárias, o que lhe permite exercer um peso desmesurado em relação a seus três milhões de habitantes. Foi neste estado que, em 2008, por exemplo, a sorte de Hillary Clinton, de 68 anos, começou a mudar em favor de seu então oponente Barack Obama.

Este ano, a novidade atende pelo nome de Bernie Sanders, o senador pelo estado de Vermont, de 74 anos.

"Já sei como fazer isto e estou pronta", declarou Hillary nesta segunda-feira à cadeia de televisão CNN.

"Há muito entusiasmo e muita energia. Peço a todos que votem e façam parte deste processo tipicamente americano. Peço que saiam e votem em mim", acrescentou.

O crescimento lento, mas constante, de Sanders já se tornou uma preocupação evidente para a campanha da ex-secretária de Estado. No último debate entre os pré-candidatos democratas, em 17 de janeiro, o comitê de campanha de Hillary disparava e-mails, criticando Sanders, a cada intervenção do senador.

No domingo, em seu último comício em Des Moines diante de 2.600 pessoas, Hillary Clinton afirmou que "os Estados Unidos não se podem permitir escolher entre ideias que soam bem no papel, mas que não podem ser aplicadas", em alusão às propostas de Sanders.

A disputa "é muito, muito apertada", disse o senador a seus simpatizantes em Marshalltown.

A última pesquisa divulgada no sábado pelo jornal Des Moines Register concedia a Hillary 45% dos votos, contra 42% para Sanders.

Sanders, que se autodenomina "socialista democrático", não assusta os jovens democratas, que o aplaudem quando promete uma revolução política. Na eleição à presidência de 2008, os menores de 30 anos representaram 22% dos participantes.

"Não voltaremos a ver outro candidato como ele em nossas vidas", disse Ezra Koening, cantor do grupo de rock Vampire Weekend, durante um "showmício" no sábado à noite.

Ainda que termine em segundo lugar, Sanders pode reivindicar uma vitória relativa: quando se lançou à campanha, em abril, registrava menos de 10% dos votos em Iowa. Em New Hampshire, Sanders domina as pesquisas, mas no restante do país fica para trás.

Republicanos divididos

A rejeição às elites políticas marcou os últimos sete meses de campanha, o que permitiu que o milionário Donald Trump ganhasse espaço entre os republicanos.

Com 31% nas pesquisas, Trump ataca o "establishment" e a incompetência dos dirigentes, enquanto promete que, com ele, "os Estados Unidos ganharão tanto que se cansarão de ganhar".

Seu discurso nacionalista, anti-imigrantes e politicamente incorreto acabou fazendo sucesso entre os eleitores desiludidos.

Ainda assim, o candidato chega a Iowa pressionado pelo senador pelo Texas, Ted Cruz, que conta com um forte apoio da direita cristã americana. Normalmente mais religiosos, os conservadores tradicionais veem Trump com desconfiança por seus três casamentos e pelos erros grotescos ao citar a Bíblia em seus discursos.

Como apontam as sondagens, a vantagem de Trump sobre Cruz ainda é respeitável, mas o fato de ter um adversário jogou por terra sua reputação de ser imbatível nas primárias.

Segundo a mesma pesquisa do Instituto Quinnipiac, Cruz aparece com 24% das intenções de voto, enquanto Marco Rubio surge em um distante terceiro lugar, com 17%.

Mas Rubio tem a confiança dos líderes partidários e, em caso de disputa acirrada entre Trump e Cruz, esses 17% representariam uma arma muito poderosa.

Apesar de defender uma Política Externa muito agressiva, internamente, Rubio é visto como um candidato capaz de atrair os setores mais moderados do partido e um número de eleitores latinos que não pode ser desprezado, já que é filho de imigrantes cubanos.


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