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Estado de Minas

Pesquisadores chineses desenvolvem macacos autistas


postado em 25/01/2016 20:16

Pesquisadores chineses criaram macacos "autistas", portadores de um gene humano associado ao autismo, esperando abrir perspectivas terapêuticas para este problema de desenvolvimento cerebral ainda pouco esclarecido - segundo artigo publicado nesta segunda-feira pela revista Nature.

Os macacos transgênicos (geneticamente modificados para incorporar o gene associado a algumas formas de autismo) têm comportamentos semelhantes aos dos seres humanos com este transtorno, observaram os pesquisadores na revista científica britânica, citando movimentos repetitivos, ansiedade e interação social comprometida.

Os primatas não-humanos são suscetíveis de representar melhores modelos para o estudo desses transtornos complexos do espectro do autismo do que outros modelos animais disponíveis atualmente, como os roedores, segundo a revista.

Este trabalho pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas para tratar os sintomas do autismo, sugerem os autores.

Zilong Qiu, do Instituto de Neurociências de Xangai, e seus colegas, desenvolveram um modelo primata portador da síndrome da duplicação do gene MECP2, um distúrbio do desenvolvimento neurológico da criança.

Eles obtiveram oito macacos cinomólgos ('Macaca fascicularis') modificados e cinco pequenos portadores do gene humano herdado de um macaco macho modificado. Os autores observaram comportamentos sugestivos de autismo: movimentos circulares repetidos, reações de ansiedade e diminuição da interação social com os seus pares. Os pequenos macacos também tiveram interação social reduzida.

A equipe vai tentar identificar as deficiências do circuito cerebral destes macacos.

Uma vez identificado o problema de circuito associado às anomalias do comportamento, os pesquisadores querem testar tratamentos potenciais nos macacos transgênicos, inclusive "utilizando as técnicas de edição de genes" para trazer as modificações desejadas. O pesquisador Zilong Qiu explica que os métodos da equipe estão de acordo com as normas éticas internacionais.

"Esta excelente pesquisa desenvolveu um modelo mais sofisticado de autismo que poderia melhorar nossa compreensão do autismo, e eventualmente conduzir à descoberta de tratamentos mais adaptados", estima James Cusack, diretor de pesquisa da associação Autistica.

Dada a grande diversidade de situações que cerca o tema do autismo, "a elaboração de um modelo animal único do autismo pode ser difícil de realizar", ressalta.

Nos seres humanos, os transtornos do espectro do autismo (ASD) ou transtornos invasivos do desenvolvimento (TID) abrangem uma vasta gama de anomalias no comportamento, capacidade intelectual (que vão do retardo mental aos superdotados em matemática, ciência da computação), assim como competências linguísticas variáveis.


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