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Estado de Minas

Irã se reintegra à comunidade internacional após fim das sanções


postado em 17/01/2016 09:25

O presidente iraniano, Hassan Rohani, disse neste domingo que tem início uma nova fase nas relações entre o Irã e o mundo, após a entrada em vigor do histórico acordo nuclear e o levantamento das sanções internacionais impostas durante anos ao seu país.

Este acordo, assinado em julho com as grandes potências, entrou em vigor no sábado depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) - cujo chefe Yukiya Amano viaja neste domingo a Teerã - certificou que o Irã respeitou seu compromisso de garantir a natureza estritamente pacífica de seu programa nuclear.

Simultaneamente, ao calor deste acordo, Teerã e Washington esboçaram uma aproximação e anunciaram a libertação de quatro iraniano-americanos detidos no Irã, incluindo o jornalista do Washington Post Jason Rezaian, em troca de sete iranianos presos nos Estados Unidos.

No entanto, os iraniano-americanos ainda não haviam abandonado o território iraniano na manhã deste domingo.

O acordo, negociado pelo Irã com o grupo de potências 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha), é considerado um dos maiores êxitos da política internacional do presidente americano, Barack Obama, e de seu colega Rohani.

"Nós, os iranianos, estendemos a mão ao mundo em sinal de paz e, deixando para trás todas as hostilidades, suspeitas e complôs, viramos uma nova página nas relações do Irã com o mundo", declarou Rohani em uma mensagem à nação.

"O acordo nuclear não vai contra os interesses de nenhum país. Os amigos do Irã estão felizes, mas seus adversários não devem ficar inquietos. O Irã não é uma ameaça para nenhum país, é um porta-voz da paz, da estabilidade e da segurança na região e em todo o mundo", acrescentou o presidente iraniano.

O acordo representa o início de uma aproximação entre Estados Unidos e Irã, que romperam suas relações em 1980. Mas também gera descontentamento entre os aliados tradicionais de Washington na região, como Arábia Saudita e Israel, que temem a influência da potência xiita.

O Estado hebreu, inimigo jurado do Irã, afirmou que Teerã "não havia abandonado suas ambições" de se dotar de armas nucleares.

Tempo de construir o país

O presidente iraniano também precisou calar as críticas internas, ao destacar que "o acordo nuclear não representa a vitória de uma tendência política", em uma mensagem aos meios ultraconservadores que se opõem a ele.

"Agora que as sanções foram levantadas, é hora de construir o país", acrescentou.

As sanções internacionais afetaram gravemente a economia do Irã, um país de 77 milhões de habitantes com grandes recursos petrolíferos e gasíferos.

Os meios econômicos internacionais estão prontos há vários meses para voltar ao Irã, que possui as quartas maiores reservas de petróleo do mundo e as segundas de gás. O Irã, um país da Opep, poderá voltar a exportar livremente seu petróleo.

Mas a perspectiva de um retorno do Irã a um mercado já saturado por uma oferta abundante, e com um preço do barril no chão, provocou neste domingo uma forte queda nas bolsas dos países petrolíferos do Golfo, em especial a da Arábia Saudita, a maior da região.

De qualquer forma, o acordo nuclear foi saudado em várias capitais como uma vitória da diplomacia internacional, embora os Estados Unidos tenham destacado que permanecerão "vigilantes" para verificar que o Irã respeita seus compromissos" nos próximos anos.

A República Islâmica do Irã sempre negou ter desejado obter uma bomba nuclear, mas reivindica seu direito em explorar seu setor nuclear com fins civis e pacíficos.

A AIEA estabeleceu em dezembro, no entanto, que Teerã havia realizado até 2009 pesquisas para produzir uma bomba.


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