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Estado de Minas

O clã Diack, Balakhnichev e Dollé: quem é quem no escândalo da IAAF


postado em 14/01/2016 19:40

Do ex-presidente da IAAF Lamine Diack aos atletas que ligaram o sinal de alerta: quem é quem no escândalo que sacode o atletismo desde novembro e que colocou o esporte em profunda crise a meses do início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

O canadense Dick Pound, presidente da Comissão de investigação independente da Agência Mundial de Antidoping (Wada), apresentou nesta quinta-feira em Munique a segunda parte do relatório da entidade e deu mais dados sobre a situação dos distintos agentes do caso.

Lamine Diack:

Figura chave: Foi presidente da Federação Internacional de Atletismo de 1999 a 2015. Reeleito quatro vezes, todas as irregularidades teriam sido impossíveis de serem realizadas sem o conhecimento da cúpula de dirigentes da IAAF, com Diack no comando, segundo a Wada. O senegalês é um autêntico camaleão e dedicou a vida a diversas funções diferentes (atleta, técnico, prefeito de Dacar, deputado, dirigente esportivo), transitando sem problemas do esporte à política e vice-versa. Segundo declarações de Diack à justiça francesa, o dirigente teria financiado parte da campanha do atual presidente de Senegal, Macky Sall, com dinheiro procedente da Rússia. Diack foi indicado por "corrupção e lavagem de dinheiro".

Papa Massata Diack e seu irmão Khalil:

Papa Massata Diack, ou 'PMD', era encarregado do marketing na IAAF e foi, segundo os investigadores franceses, o homem responsáveis pelas principais manobras para esconder casos de doping, algo que lhe rendeu mais de um milhão de euros. Banido à vida pela Comissão de Ética da IAAF, PMD, conhecido por seu amor ao luxo, se refugiou em Senegal para escapar da justiça. Seu irmão Khalil também está envolvido na chantagem do atleta turca Asli Alptekin.

Sebastian Coe:

É o novo presidente da IAAF, desde que sucedeu Lamine Diack em agosto. Dick Pound estimou nesta quinta-feira que o ex-bicampeão olímpico dos 1500 metros (1980 e 1984) é a pessoa mais indicada para liderar as reformas na Federação Internacional. "A IAAF dispõe de uma oportunidade formidável", afirmou Pound, que considerou que Coe não sabia de nada da corrupção nos anos Diack. Em 8 de janeiro, Pound havia sido menos clemente com Coe, lembrando que o britânico foi vice-presidente da IAAF entre 2007 e 2015.

Valentin Balakhnichev:

Foi presidente da Federação Russa de Atletismo (Araf) e também tesoureiro da IAAF. Balakhnichev era o responsável russo pelo esquema de corrupção. Como PMD, foi suspenso à vida. Em sua defesa, Balakhnichev afirmou que existe um complô contra Rússia.

Lilya Shobukhova e Asli Alptekin:

A revelação do escândalo se deve, em parte, à maratonista Lilya Shobukhova e à meio-fundista turca Asli Alptekin. Acusadas de doping -Alptekin teve retirada a medalha de ouro olímpica dos 1500 metros em Londres-2002-, as duas atletas acabaram colaborando com as investigações e ligaram o sinal de alerta.

Gabriel Dollé:

Responsável pela luta antidoping da IAAF de 1994 até sua aposentadoria em 2014: Gabriel Dollé, 74 anos, sempre teve entre seus colegas franceses a imagem de um médico rigoroso e incorruptível. Os investigadores da receita francesa que o indiciaram suspeitam que tenha recebido 200.000 euros para encobrir casos de doping. 87.000 euros teriam sido encontrados na residência de Dollé em novembro, segundo a revista francesa L'Express. Paralelamente, o primeiro relatório da Comissão comandada por Dick Pound sublinha a estranha lentidão de Dollé em divulgar os resultados de exames em alguns casos de doping de atletas russos, entre eles da maratonista Shobukhova. Dollé informado em finais de 2011 do caráter mais que suspeito do passaporte biológico da atleta, havia atrasado o procedimento de testes até dezembro de 2012, para permitir que Shobukhova participasse dos Jogos Olímpicos de Londres. Algo similar teria acontecido com o atleta de marcha Vladimir Kanaykin, que também apresentava passaporte biológico anormal.

Essar Gabriel:

Secretário-geral da IAAF de 2011 a 2015, foi citado na segunda parte do 'relatório Pound' como um dos participantes da famosa reunião de 2012 que resultou num aumento dos valores dos direitos de televisão do Mundial de Moscou-2013, passando de 6 a 25 milhões de dólares. Gabriel, ex-diretor-geral do Comitê de Organização do Mundial de Pais-2003 e logo diretor dos Jogos Olímpicos Juvenis no Comitê Olímpico Internacional (COI), estava oficialmente encarregado do marketing da IAAF, mas o relatório da Comissão enfatiza que foi PMD que conseguiu o acordo "milagroso" com o banco russo VTB para poder multiplicar em quatro vezes os direitos televisivos.


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