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Estado de Minas

Irã acusa Arábia Saudita de agravar as tensões na região


postado em 04/01/2016 09:37

O Irã acusou nesta segunda-feira a Arábia Saudita de agravar as tensões e os confrontos na região, após a ruptura diplomática entre os dois países, provocada pela execução de um importante clérigo xiita.

"A Arábia Saudita baseia sua existência na continuidade das tensões e dos enfrentamentos, e tenta resolver seus problemas internos exportando-os ao exterior", disse Hossein Jaber Ansari, porta-voz da diplomacia iraniana.

O Irã afirmou que o rompimento das relações diplomáticas decidida pela Arábia Saudita não vai apagar o "erro estratégico" da execução do clérigo xiita saudita Nimr Baqer al-Nimr.

As relações entre Arábia Saudita, um país sunita, e Irã, xiita, passam por constantes altos e baixos desde a revolução iraniana de 1979, que acabou com a monarquia do xá e instaurou a República Islâmica.

Em um novo episódio de tensão, um grupo não identificado abriu fogo no domingo à noite contra a polícia saudita na cidade natal do líder xiita, onde uma pessoa morreu, informou a imprensa oficial.

As autoridades de Riad anunciaram no domingo a ruptura das relações diplomáticas com o Irã, depois dos ataques contra suas sedes diplomáticas em Teerã e Mashhad (nordeste), incendiadas no sábado.

O ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, deu 48 horas aos funcionários da representação diplomática iraniana para abandonar o país.

Os ataques contra as sedes diplomáticas sauditas são "uma violação flagrante das convenções internacionais", disse o chanceler.

Jaber Ansari afirmou que o Irã "respeita seus compromissos para proteger as representações diplomáticas, manter sua segurança e a de seus diplomatas".

O irmão de Nimr condenou os ataques contra as sedes diplomáticas sauditas e criticou o fato do clérigo ter sido enterrado em um cemitério desconhecido.

"Rejeitamos e condenamos o ataque contra as embaixadas e consulados do reino no Irã", escreveu Mohammed al-Nimr em uma mensagem em árabe no Twitter.

Também pediu que o corpo do "mártir" seja rapidamente entregue à família para um funeral em Awamiya, sua cidade natal no leste da Arábia Saudita.

O vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, criticou o erro estratégico de Riad.

"A Arábia Saudita não poderá provocar o esquecimento do grande erro de ter executado um líder religioso xiita", disse Abdollahian.

Manifestações xiitas

A execução de Nimr Baqer al-Nimr ao lado de outras 46 pessoas, em sua maioria condenadas por "terrorismo", provocou manifestações violentas na comunidade xiita de vários países do Oriente Médio, incluindo Irã, Iraque, Bahrein e Líbano.

De acordo com Amir Abdollahian, a Arábia Saudita "prejudicou os interesses de seu próprio povo e das populações muçulmanas da região com o complô para provocar a queda do preço do petróleo".

Teerã considera que Riad teve um papel primordial na queda do preço do petróleo ao manter a produção em um nível muito elevado.

As cotações do petróleo estavam elevadas nesta segunda-feira após a decisão saudita de romper relações com o Irã.

As duas potências regionais também se enfrentam pelas crises na Síria, Iraque e Iêmen, com trocas de acusações sobre ambições expansionistas.

As relações entre os dois países foram interrompidas durante quatro anos, entre 1987 e 1991, depois de confrontos violentos entre peregrinos iranianos e sauditas em Meca em 1987.

Em setembro do ano passado, a morte de pelo menos 2.236 peregrinos, incluindo 464 iranianos, em Mina, perto de Meca, aumentou a tensão entre Riad e Teerã.

Depois da execução do clérigo xiita, e das manifestações no Irã, o governo dos Estados Unidos pediu às autoridades do Oriente Médio a adoção de medidas para apaziguar a situação.

Antes do rompimento das relações entre os dois países, os governos dos Estados Unidos, França, e Alemanha, assim como a União Europeia e a ONU já haviam manifestado preocupação com o aumento da tensão em uma região afetada por conflitos e guerras.

Nesta segunda-feira, a Rússia se ofereceu como intermediária na disputa entre Arábia Saudita e Irã.

"A Rússia está disposta a atuar como intermediária entre Riad e Teerã", disse uma fonte do ministério das Relações Exteriores, sem entrar em detalhes sobre o papel que poderia ser desempenhado por Moscou.


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