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Estado de Minas

Justiça dos EUA investigará Polícia de Chicago por morte de jovem negro


postado em 07/12/2015 20:52

A procuradora-geral americana, Loretta Lynch, anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma ampla investigação sobre a Polícia de Chicago, depois do escândalo pela morte de um adolescente negro por disparos de policiais.

"O Departamento de Justiça abriu uma investigação para determinar se o Departamento de Polícia de Chicago operou segundo um padrão, ou uma prática, de violações da Constituição, ou do Direito Federal", declarou Lynch.

A investigação, "minuciosa, imparcial e independente", estudará especificamente "uma série de assuntos relacionados com o uso da força da Polícia (...) com o uso de força letal; diferenças raciais, étnicas, ou de outro tipo no uso da força e seus mecanismos de controle de responsabilidades", acrescentou Lynch, em Washington.

O anúncio da investigação federal chega depois da polêmica divulgação de um vídeo que mostra Jason Van Dyke, um policial branco, disparando friamente contra Laquan McDonald, de 17 anos, enquanto ele caminhava por uma rua em 2014.

De acordo com essas imagens, divulgadas após mais de um ano da ocorrência dos fatos, o jovem não representava qualquer perigo. Na mão, ele tinha um objeto - uma faca, segundo fontes policiais -, mas não estava fazendo qualquer gesto em relação aos policiais que pretendiam controlá-lo.

O impacto desse vídeo resultou na demissão do chefe da Polícia de Chicago, depois de várias manifestações nas ruas.

O presidente Barack Obama, que tem fortes laços com essa cidade, declarou-se "profundamente comovido".

A imagem do prefeito, Rahm Emanuel, foi arranhada, depois que ele foi acusado de retardar a publicação do vídeo para tentar evitar o escândalo.

Em um comunicado, Emanuel se comprometeu a dar "total cooperação" da cidade com a investigação federal.

Nas últimas semanas, Chicago foi palco de manifestações diárias de protestos, nos quais aparecem, invariavelmente, fotos de Laquan McDonald. Entre elas, a do dia em que lhe entregaram seu diploma de bacharel, ou vestido de uniforme do colégio.

Entre os manifestantes, está o reverendo Jesse Jackson, um dos líderes da comunidade afro-americana.

"A crise atual é enorme", declarou o célebre ativista pelos direitos civis.

Nesta segunda-feira, a procuradora do condado de Cook, Anita Álvarez, que supervisiona Chicago, revelou outro vídeo que expõe como um policial, George Hernández, mata o jovem negro, Ronald Johnson, de 25, também em outubro de 2014.

Segundo a Polícia, Johnson carregava uma arma, mas as imagens mostram-no correndo da polícia, completou Álvarez.

Além desses casos emblemáticos, a investigação comprovará se o Departamento de Polícia de Chicago (CPD, na sigla em inglês) "instaurou um esquema sistemático de violações da Constituição e das leis federais", afirmou Loretta Lynch.

Os resultados serão divulgados e é possível que tenham consequências judiciais.

Nos últimos 18 meses, a brutalidade policial cobrou a vida de vários negros, provocando protestos nacionais e distúrbios.

Chicago tem um longo histórico de violência e de abusos policiais.

Segundo a organização Better Government Association (BGA), entre 2010 e 2014, agentes policiais da cidade mataram 70 pessoas, negras em sua maioria, um número muito mais alto do que na maioria das outras grandes cidades americanas.


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