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Estado de Minas

Rússia endurece represálias à Turquia após incidente militar

Esse anúncio foi feito um dia depois de o Ministério russo das Relações Exteriores ter lançado um apelo a todos os cidadãos russos na Turquia a retornarem para seu país


postado em 27/11/2015 16:25 / atualizado em 27/11/2015 16:58

(foto: VASILY MAXIMOV / AFP)
(foto: VASILY MAXIMOV / AFP)
A Rússia anunciou nesta sexta-feira que voltará a pedir visto de entrada aos turcos, a partir de 1º de janeiro, uma medida de represália diplomática, após a derrubada de um bombardeiro russo Su-24 perto da fronteira síria. Em entrevista coletiva, em Moscou, o chanceler russo, Serguei Lavrov, anunciou que a Rússia "decidiu suspender o regime sem visto" para os turcos, acrescentando que "esta decisão entrará em vigor em 1º de janeiro".

Esse anúncio foi feito um dia depois de o Ministério russo das Relações Exteriores ter lançado um apelo a todos os cidadãos russos na Turquia a retornarem para seu país, devido "à atual ameaça terrorista" nesse país. "Não se trata de vingança (...) a ameaça é real", advertiu Lavrov, acompanhado do ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem.

Pouco antes, Lavrov acusou Ancara de ter "cruzado a linha do que é aceitável" ao abater, na terça-feira, um bombardeiro russo Su-24 perto da fronteira síria.

O aparelho voltava de uma missão de combate no noroeste da Síria. A Turquia afirma que o bombardeiro entrou em seu espaço aéreo e que recebeu "dez advertências em cinco minutos". Moscou garante, porém, que sobrevoava o território sírio e que não recebeu qualquer advertência antes de ser abatido. Um piloto morreu, e o segundo foi resgatado após uma operação especial realizada de forma conjunta pelas forças especiais russas e sírias. Na operação de resgate, um soldado russo morreu. Essas são as primeiras perdas oficiais para o Exército russo desde o início da intervenção na Síria em 30 de setembro.

Desde esse incidente militar, Moscou acusa a Turquia de ter vínculos com o grupo Estado Islâmico (EI) e exige desculpas. Lavrov reiterou que a Rússia "apoia ativamente" a proposta do presidente francês, François Hollande, de fechar a fronteira turco-síria. "Temos certeza de que, com o fechamento dessa fronteira, poderemos resolver em grande parte a tarefa de erradicar o terrorismo no solo sírio", afirmou.

Na quinta-feira, a Rússia anunciou que preparava represálias econômicas, depois desse incidente aéreo, o mais grave entre os dois países desde o começo da intervenção russa na Síria. Essas medidas, que devem ser divulgadas no sábado, podem incluir o congelamento de projetos conjuntos, restrições comerciais e até limitações sobre o uso de mão de obra turca na Rússia.

Erdogan quer se reunir com Putin


O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que pretende se reunir "cara a cara" com seu homólogo russo, Vladimir Putin, na cúpula sobre o clima, a COP21, em Paris, para falar sobre o incidente aéreo que opõe ambos os países. "Não gostaria que esse problema prejudicasse nossas relações", acrescentou, reiterando que seu país não "derrubou deliberadamente o avião russo".

Erdogan também garantiu que o Exército turco "não conhecia a nacionalidade" da aeronave e que não "abateu de forma deliberada o avião russo", mas que "aplicou as regras" em vigor. O presidente da Turquia considerou "inaceitáveis" as críticas de Moscou e acusou a Rússia, um aliado fiel de Damasco, de "brincar com fogo" ao apoiar o regime de Bashar al-Assad. "A Rússia (...) continuará fornecendo todo o apoio necessário à Síria na luta para a destruição do terrorismo", respondeu Lavrov.

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, afirmou que seu país "trabalhará" com a Rússia para "amenizar as tensões", em um artigo de opinião publicado nesta sexta-feira no jornal britânico "The Times".


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