A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) pediu, nesta segunda-feira, à justiça vaticana que abandonasse suas ações contra os jornalistas acusados no caso "Vatileaks", julgando que é direito da imprensa cobrir assuntos "de interesse público".
"Os jornalistas devem ser livres para cobrir os assuntos de interesse público e proteger suas fontes. Peço às autoridades que não recorram a procedimentos judiciais e protejam os direitos dos jornalistas, de acordo com os princípios da organização", declarou Dunja Mijatovic, representante da OSCE para a liberdade de imprensa.
A justiça vaticana anunciou no sábado que prestará queixa contra cinco pessoas, acusadas de "associação criminosa", roubo e divulgação de documentos confidenciais sobre e apropriações indevidas (de fundos) na Santa Sede.
Entre elas figuram dois jornalistas italianos que publicaram simultaneamente, no dia 5 de novembro, livros revelando imprudências e distúrbios financeiros dentro do Vaticano.
Uma audiência preliminar deste caso batizado de "Vatileaks 2" acontecerá na terça-feira.
Estas cinco pessoas poderiam ser condenadas até oito anos de prisão, uma vez que a divulgação de documentos confidenciais constitui um delito desde que foi promulgada uma lei vaticana a respeito em 2013.
O Vaticano fez esta declaração aos 57 Estados-membros da OSCE, organização cujo objetivo é promover e apoiar a segurança e os processos democráticos.