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Estado de Minas

Argentina vota em eleição presidencial


postado em 22/11/2015 15:55

Os argentinos votaram pacificamente neste domingo na histórica eleição presidencial entre o liberal de direita Mauricio Macri e o peronista moderado Daniel Scioli que encerra um ciclo de 12 anos da presidente Cristina Kirchner.

"É um dia histórico que está transcorrendo em paz", destacaram com a quase as mesmas palavras os três protagonistas políticos do segundo turno na Argentina, Scioli, Macri e Kirchner, que votaram antes do meio-dia.

O dia foi calmo, com filas de eleitores que avançavam rapidamente neste país de 40 mil de habitantes.

O vencedor assumirá no dia 10 de dezembro, dia em que Kirchner entregará o cargo, após ter exercido dois mandatos depois de suceder seu extinto marido Néstor Kirchner (2003-2007).

Cerca de 32 milhões de eleitores foram convocados às urnas. As pesquisas apontam Macri como favorito, apesar de no primeiro turno ter sido superado por três pontos (37,0% a 34,1%).

"Estou preocupada e voto em Scioli", disse à AFP Elizabeth Casal, professora aposentada de 74 anos, ao expressar suas dúvidas sobre o que poderá acontecer com a educação pública se Macri, abertamente liberal, for eleito presidente.

Em outro ponto da capital, Luis Nizzo, engenheiro aposentado de 81 anos, votou em Macri convencido de que "o populismo é um flagelo" e que é preciso mudar para um governo que não seja peronista.

Se Macri ganhar, será a primeira vez que um líder de direita e da alta sociedade chega ao poder por meio de eleições livre, sem que uma ditadura o apoie, nem fraudes.

Scioli, de 58 anos, é um ex-campeão mundial de motonáutica e filho de um comerciante de eletrodomésticos que planejou uma aliança tática com Kirchner, mas sem seu estilo confrontativo.

Macri, de 56 anos, é um ex-presidente do popular clube de futebol Boca Juniors e filho de um imigrante italiano dono de um império de negócios. Se for eleito deverá formar alianças no Congresso, onde o kirchnerismo controla o Senado e a maior força na Câmara dos Deputados.

- Fraco crescimento e dólar -

Kirchner votou na região da Patagônia, berço de sua carreira política com seu falecido marido. "Hoje se vota em paz e com um país com um desemprego em 5,9%".

"Nunca houve 12 anos com a estabilidade econômica e social que ofereceram esses governos", disse depois de votas na província de Santa Cruz, 2.500 km ao sul de Buenos Aires.

No entanto, seu governo deixa uma economia com sinais de crescimento fraco, de 2,2% no primeiro semestre.

A inflação é superior a 20%. O consumo se mantém firme com salários ajustados em negociações livres sindicatos-empresas (paritárias).

Os Kirchner reestatizaram empresas de serviços e nacionalizaram o petróleo. Chegaram a um acordo com 93% dos credores da dívida em 'default' desde 2001. Mas com os 7% restantes, os fundos especulativos (abutres) enfrentam um duro litígio em Nova York.

Em 12 anos foram criados cinco milhões de empregos, estimulou-se a ciência e a tecnologia. Milhares de pessoas recebem subsídios e aposentadorias especiais do governo.

O kirchnerismo é criticado, contudo, pelo baixo nível de crença nas instituições, pelas pressões à Justiça e críticas às grandes potências que a isolaram.

Além disso, as reservas do Banco Central vêm caindo ao sofrer uma demanda sem pausa de dólares.

- A mudança e a continuidade -

Sob o lema "temos que muar", Macri capitaliza o voto de rejeição ao governo e sua força eleitoral está nas grandes cidades do centro do país. Inclusive, no primeiro turno venceu o peronismo em seu reduto histórico da província de Buenos Aires.

Macri é paladino da livre empresa. Engenheiro, casou-se três vezes, com três filhos do primeiro casamento e uma filha de três anos da empresária Juliana Awada, de 41 anos.

Seu rival Scioli foi vice-presidente de Néstor Kirchner e governador da província de Buenos Aires.

Em sua campanha mostrou duas posturas bem diferentes. Antes do primeiro turno foi conciliador, mas ao se ver derrotado lançou uma campanha agressiva, denunciando que Macri "é a desvalorização que corrói os salários. É o demônio do capitalismo salvagem!".

Scioli, que perdeu seu braço direito em um acidente com a sua lancha em plena campanha, vive com a ex-modelo Karina Rabolini. Joga futebol com paixão e tem uma filha de uma relação anterior.


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