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Estado de Minas

Atirador de Oregon era solitário e obcecado com religião e supremacia branca


03/10/2015 15:10

O rapaz de 26 anos que protagonizou o mais recente tiroteio dentro de um estabelecimento de ensino nos Estados Unidos possuía um verdadeiro arsenal e se definia um solitário que se ressentia de não ter namorada e era obcecado com religião e supremacia branca.

Aos poucos surgem mais detalhes sobre a personalidade do agressor que foi morto pela polícia depois de tirar a vida de nove pessoas - cinco mulheres e quatro homens, com idades entre 18 e 67 - ao invadir o campus da Umpqua Community College.

Apesar de seu nome não ter sido oficialmente divulgado pela polícia, a imprensa o identificou como Chris Harper Mercer, que possuía um verdadeiro arsenal em seu poder.

A polícia recuperou 13 amas, todas compradas legalmente.

A imprensa afirma que ele sofria de problemas mentais e teria deixado uma declaração de várias págians na qual desabava seu sentimento de solidão e que teria se inspirado por assassinatos em massa anteriores.

"Ele não tinha namorada e estava chateado com isso", comentou um policial ao jornal The New York Times.

"Ele começou a pensar em si mesmo como um perder", acrescentou a fonte.

"Ele não gostava de sua vida, e parecia que nada dava certo para ele".

Outro policial disse que o atirador vivia com a mãe, era obcecado por armas e religião e estudava a respeito de temas ligados à supremacia branca.

Ansioso

Os vizinhos descreveram Harper Mercer como um jovem ansioso e taciturno, que todosos dias usava botas militares, calça militar e camiseta branca.

"Não era um tipo de pessoa muito amistosa", declarou outra vizinha, Bronte Hart. "Não queria se dar com ninguém".

Mas sua meia-irmã, Carmen Nesnick, passou uma imagem totalmente diferente, em declarações à rede CBS. "Sempre colocava os outros à frente de si mesmo. Queria que todo mundo fosse feliz", declarou, assegurando que não era contraa religião de ninguém e que sua família é católica.

Chris Harper Mercer nasceu no Reino Unido antes de mudar-se, ainda criança, para os Estados Unidos, segundo Carmen.

O pai do atirador, Ian, declarou-se abalado e evitou falar com a imprensa.

O perfil atribuído a Mercer em uma rede social o descreve como "não religioso, mas espiritual".

A foto do perfil mostra um homem de cabeça raspada, e compleição média, que se presenta como "amante, conservador, profissional, intelectual, introvertido".

Segundo um homem que teve a filha ferida, o atirador mandou que os estudantes ficassem de pé se fossem cristãos, antes de disparar contra eles. "Ele disse: 'Pois bem, se forem cristãos, verão Deus em um segundo'", contou Stacy Boylan à CNN.

Sua filha sobreviveu fazendo-se passar por morta e contou que o atirador invadiu a sala de aula e disparou contra o professor à queima-roupa.

"É uma tragédia que marcará nossa comunidade por muito tempo. Já não podemos confiar nas pessoas", lamenta Missy, de 39 anos, mãe de um dos feridos.

De acordo com relatos, o atirador agiu de forma bastante metódica, indo de uma sala para outra.

Falta de controle de armas

Ao falar sobre o massacre, o presidente americano, Barack Obama, disse na sexta-feira que a falta de iniciativa para se estabelecer algum tipo de controle sobre armas nos Estados Unidos é uma decisão política que deve ser enfrentada.

"Vou politizar este assunto porque nossa falta de ação é uma decisão política", afirmou Obama, para quem a oposição ao controle de armas "se deve à política porque há grupos que financiam campanhas e alimentam o medo nas pessoas".

"Já pedi à minha equipe que analise que tipo de autoridade temos para fazer valer, da forma mais eficiente, as leis já existentes para tirar as armas do alcance dos criminosos, mas isto não mudará até que a política mude".

Visivelmente irritado, Obama disse que no mundo há "dezenas de milhões" de jovens furiosos "que não saem dando tiros", que a "maioria das pessoas com problemas mentais não saem realizando disparos", a destacou que "não tem sentido" a teoria de que "há algo no caráter dos americanos que gera isto".

Os níveis de violência nos Estados Unidos, afirmou, estão no mesmo patamar de outros países de economia avançada, mas a diferença "aqui está na taxa de homicídios, na violência com armas de fogo, na taxa de matanças indiscriminadas".

Por esta razão, as pessoas que não aceitam esta situação devem ser tão firmes como "estes absolutistas que pensam que qualquer medida de controle de armas é um ataque a sua liberdade, coisa de comunistas ou uma conspiração minha para permanecer no poder". Existe neste país "todo tipo de teoria lunática".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também pediu algum tipo de controle sobre as armas de fogo, considerando que a sociedade está pagando um "preço aterrador" por isto.

Tiroteios são muito comuns em escolas e universidades nos Estados Unidos. Um deles ocorreu em uma escola na Dakota do Sul, na quarta-feira, deixando um ferido, enquanto um outro, no início de setembro, em uma universidade em Sacramento, fez um morto e dois feridos.

Um jovem de 20 anos assassinou 26 pessoas, incluindo 20 crianças, na escola Sandy Hook em Newtown (Connecticut), em 14 de dezembro de 2012.

Em 16 de abril de 2007, um estudante de 23 anos, de origem coreana, matou 32 pessoas antes de cometer suicídio no campus da universidade de Virginia Tech, Blacksburg (Virgínia). Este foi o pior massacre na história do país em tempos de paz.


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