O conselho de ministros do Catar, país sede da Copa do Mundo de 2022, concordou em mudar a Kafala, o controverso sistema de apadrinhamento de trabalhadores estrangeiros, informou nesta quinta-feira a agência oficial do emirado do Golfo.
O anúncio foi feito em meio à polêmica pela atribuição do Mundial 2022 ao Catar e pelas condições de trabalho de centenas de milhares de migrantes nas obras dos estádios.
Durante sua reunião semanal de quarta-feira, o conselho de ministros tomou medidas para elaborar uma lei "que regulamente a entrada, a saída e a residência dos expatriados", indicou a agência QNA.
A lei tratará igualmente, segundo a agência, sobre "o recrutamento e a mudança de empregador".
O texto, que leva em conta as recomendações do Conselho consultivo, ainda precisa de uma aprovação final do conselho de ministros, embora não tenha sido anunciado nenhum calendário até o momento.
O Ocidente criticou duramente o sistema da Kafala, já que coloca os trabalhadores estrangeiros à mercê dos empregadores, que podem impedir sua saída do Catar ou que mudem de trabalho.
Tanto sindicatos quanto organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram diversas vezes as condições de trabalho dos migrantes nas obras do Mundial 2022.
No início de setembro, o Catar anunciou a aplicação a partir de 3 de novembro de um sistema que garantirá o pagamento a tempo dos salários dos trabalhadores estrangeiros.