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Estado de Minas

Entenda a desvalorização da moeda chinesa


postado em 12/08/2015 14:46

A China reduziu novamente, pelo segundo dia consecutivo, o valor de sua moeda, o iuane, em relação ao dólar americano. A desvalorização chega a 3,5%, a mais alta em mais de duas décadas.

O decisão do governo chinês reforçou as preocupações relativas à segunda maior economia do mundo, e analistas estão divididos sobre as motivações e as consequências que ela terá.

Por que a China está fazendo isso agora?

O Banco Popular da China afirmou na terça-feira que essa "correção" no iuane é parte de um plano maior no sentido de dar fortalecer o seu mercado.

Ao mesmo tempo, o crescimento chinês tem desacelerado, e a desvalorização da moeda pode impulsionar a economia por meio das exportações -setor chave da economia-, que ficam mais baratas para os compradores.

Onde o iuane se situa internacionalmente?

O boom de décadas transformou a China na segunda maior economia do mundo, mas, embora o país seja o maior ator em comércio de bens, seu papel ainda é relativamente limitado no sistema financeiro global.

Há tentativas de incrementar sua presença, por meio da constituição do Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura (BAII) e da pressão para participar do seleto clube de moedas do Direito Especial de Saque (DES), ativo financeiro do Fundo Monetário Internacional. Para isso, contudo, deve mostrar maior flexibilização no regime do iuane.

Como funciona o sistema cambial da China?

De modo geral, o iuane é muito mais estável do que a maior parte das principais moedas.

O Sistema de Comércio Exterior da China -que opera o mercado de câmbio- e o banco central fazem uma pesquisa no mercado a fim de estabelecer uma taxa de referência diária, também conhecida como taxa de paridade central.

Permite-se que iuane pode subir ou descer até 2% por dia.

Ao fixar essa taxa, as autoridades consideram o fechamento da véspera, a oferta e a demanda de moeda estrangeira e o valor das moedas consideradas mais importante.

Trata-se de uma desvalorização?

Sim e não. A China não usou o termo 'desvalorização' para descrever a redução de terça-feira, e alegou que a queda do valor da sua moeda foi um reflexo do novo sistema. Entretanto, o mercado, de modo geral, vê a decisão como uma desvalorização.

"É claro que o Banco Popular da China não chama de desvalorização, dadas as sensibilidades políticas que cercam a guerra cambial", alertou a Capital Economics.

Quais são os efeitos?

Para a China, a desvalorização pode impulsionar tanto as exportações como o crescimento econômico, mas por outro lado, as importações ficam mais caras, o que pode pressionar a inflação e os custos das empresas chinesas com dívidas em dólar.

Para o resto do mundo, alguns analistas acreditam que a desvalorização poderá desencadear guerras cambiais, com a desvalorização da moeda de outros países emergentes, na tentativa de se otornarem mais competitivos. Essa turbulência pode levar os Estados Unidos a atrasar seus planos para o aumento de sua taxa básica de juros.

Como os mercados financeiros reagiram?

O anúncio repentino pegou o mercado de surpresa na terça-feira, e a escala da desvalorização -a mais acentuada em duas décadas- resultou em quedas nas bolsas de valores e na valorização do dólar.

Os mercados das commodities e do petróleo também registraram queda, pelos temores de desaceleração do crescimento chinês, o que levaria a uma contração da demanda por matérias-primas.

Como foram as demais reações?

Os Estados Unidos já criticavam a desvalorização do iuane, mas esperam que a China implemente em breve reformas financeiras e crie condições de igualdade para as empresas americanas no país.

O FMI, que avalia a entrada da China ao DES, elogiou a decisão, vista como uma medida de fortalecimento do seu mercado.

Para onde vai o iuane?

A maioria dos analistas acreditam em uma desvalorização ainda maior do iuane, de forma mais gradual. A SG Global Economics prevê "uma tendência de maior desvalorização", de até 5% nos próximos 12 meses.


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