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Estado de Minas

Diferenças 'muito difíceis' continuam travando negociação nuclear no Irã


postado em 07/07/2015 18:10

Discrepâncias "muito, muito difíceis" entre os negociadores das grandes potências e do Irã levaram, nesta terça-feira, ao adiamento por "alguns dias" as discussões para se chegar a um acordo histórico sobre o programa nuclear iraniano.

Após onze dias de negociações sem trégua na capital austríaca, questões "decisivas" continuam representando um obstáculo e o acordo, mais uma vez, parece distante.

"Nós nos aproximamos do final. Esta é a última prorrogação", antecipou um diplomata ocidental.

Um alto funcionário dos negociadores ocidentais advertiu que ainda restam temas "muito, muito difíceis" por resolver e advertiu que, embora as negociações tenham sido prorrogadas mais uma vez, não serão "infinitas".

Mas o Irã "não tem data limite" em suas negociações com as grandes potências do grupo 5+1 (os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia, além da Alemanha) declarou nesta terça-feira à AFP, em Viena, um funcionário próximo da delegação iraniana.

"Não temos data limite", afirmou esta fonte depois que a chefe da diplomacia da União Europeia, a italiana Federica Mogherini, disse que as negociações continuariam nos "próximos dias".

Um negociador iraniano afirmou, por sua vez, que o texto de um acordo está praticamente concluído e que restam apenas algumas "divergências".

Outro negociador iraniano, Abbas Araghchi, declarou à TV que Teerã esperava uma suspensão do embargo de armas imposto pela ONU.

Prevista inicialmente para 30 de junho, a data limite para se chegar a um acordo foi prorrogada nesta terça-feira, 7 de julho, de comum acordo entre o Irã e os países do grupo 5+1.

O acordo buscado pretende garantir que o programa nuclear de Teerã não possa ter fins militares, em troca de uma anulação das sanções internacionais que afogam a economia do país há anos.

A República Islâmica nega a todo momento que tenha tido ou tenha fins militares. Mas Teerã reivindica o direito a explorar uma cadeia nuclear civil completa, inclusive o enriquecimento de urânio.

Ninguém quer um 'mau acordo'

Tanto o Irã quanto as grandes potências expressaram a vontade de chegar até o fim, embora se neguem a assinar um "mau acordo".

Todos os ministros das partes envolvidas nas negociações se reuniram na segunda-feira em sessões plenárias pela primeira vez nesta rodada final de negociações sem poder anunciar o aguardado "avanço".

Apesar da conclusão de um acordo-quadro em Lausanne, em abril passado, os titulares das Relações Exteriores dos Estados Unidos e do Irã, John Kerry e Mohammad Javad Zarif, que só se levantaram da mesma de negociações nos últimos dias, não conseguiram resolver os pontos em litígio.

Um porta-voz iraniano tampouco excluiu uma prorrogação das discussões, inclusive para além de 9 de julho, data estipulada para apresentar um acordo ao Congresso americano para que possa exercer seu direito de acompanhamento. Além de 9 de julho, a adoção de um acordo levaria pelo menos dois meses.

As negociações tropeçam nos mesmos pontos chave há meses, essencialmente a questão das sanções. Teerã quer uma anulação substancial e rápida das sanções, sobretudo as adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU a partir de 2006.

O grupo 5+1 insiste em um processo progressivo e reversível, caso Teerã não cumpra seus compromissos.

"Em algumas questões, as linhas vermelhas de cada parte se aproximaram e em outras, continua havendo problemas", declarou uma fonte oficial iraniana, que pediu para ter sua identidade preservada.


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