Uma comissão da ONU avalia a possibilidade de sancionar seis altos funcionários militares no Sudão do Sul, uma decisão inédita desde o início da guerra civil no país há 18 meses, afirmaram diplomatas.
Essa comissão criada especificamente para o Sudão do Sul pode congelar os recursos e proibir os desloucamentos de seis altos comandantes do Exército e dos rebeldes, segundo documentos aos quais a AFP teve acesso.
Entre os militares envolvidos está Marial Chanuong Yol Mangok, encarregado da segurança do presidente Salva Kiir; Gabriel Jok Riak, cujas forças combatem no estado de Unidad (norte), e Santino Deng Wol, que liderou uma ofensiva armada em que morreram mulheres, crianças e idosos.
Entre os rebeldes, a comissão aponta Simón Gatwech Dual, que teria liderado ofensivas no estado de Jonglei (leste), James Koang Chuol, que executou ataques no estado do Nilo superior (nordeste), e Peter Gadet, chefe do estado-maior adjunto encarregado das operações.
A guerra civil estourou em dezembro de 2013 no seio do exército sul-sudanês dividido por rivalidades político-étnicas, lideradas pelo presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar.
Mais de dois milhões de pessoas fugiram de suas casas por causa dos violentos combates, e cerca de 120.000 pessoas estão refugiadas em acampamentos da ONU no país.
O Conselho de Segurança havia ameaçado em março com sanções aqueles que impediam o restabelecimento da paz, além de ter aprovado uma resolução para criar esta comissão.