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Estado de Minas

Economia dos EUA desacelera no primeiro trimestre


postado em 29/05/2015 16:52

A economia dos Estados Unidos registrou uma nova desaceleração no primeiro trimestre, o que, segundo os analistas, deve fazer que o Banco Central americano espere para elevar suas taxas de juros.

Entre janeiro e março, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos recuou 0,7% em ritmo anual, de acordo com a segunda estimativa publicada nesta sexta-feira pelo Departamento de Comércio e que representa uma clara degradação em relação à expansão de 2,2% do trimestre anterior.

A primeira economia mundial confirma, assim, que o período do inverno não é o seu forte: no primeiro trimestre de 2014 já havia sofrido um golpe com uma contração de 2,1% que de todas as formas não durou.

Há um mês, o governo ainda previa uma fraco avanço da atividade (+ 0,2%) entre janeiro e março. Mas as cifras publicadas nesta sexta-feira jogaram um balde d'água fria nesse relativo otimismo.

"Essa mudança reflete principalmente uma desaceleração dos gastos de consumo e uma redução das exportações, dos investimentos das empresas", afirmou o Departamento de Comércio em seu comunicado.

Embora os gastos das famílias continue sendo o principal motor de crescimento, seu ritmo caiu significativamente: subiram 1,8% nos primeiros três meses do ano, contra 4,4% no trimestre anterior.

O principal problema da economia americana foi, entretanto, o comércio exterior, afetado pela valorização do dólar em relação ao euro e por uma greve dos trabalhadores portuários do oeste do país, que desacelerou as exportações.

As vendas ao exterior, uma das prioridades da administração Barack Obama, caíram 14,0%, sofrendo sua maior queda desde o primeiro trimestre de 2009, quando os Estados Unidos estavam em plena recessão.

A acentuada desaceleração pode relançar o espinhoso debate sobre os acordos de livre comércio negociados por Washington com a região Ásia-Pacífico e com a Europa, que a Casa Branca busca completar apesar da forte oposição dos sindicatos e grande parte do Congresso.

"História antiga"

Outro ponto negativo para a economia americana são os investimentos das empresas, que também mostraram um mau desempenho com uma queda de 2,8%, fundamentalmente no setor da indústria extrativista, que os reduziram para enfrentar a queda dos preços mundiais de petróleo.

Única razão de otimismo, as importações desaceleraram e as contas do governo voltaram a ser superavitárias.

Os especialistas não parecem achar que esses dados negativos são uma tendência, e garantem que a contração reflete mais o passado do que a situação atual.

"Provavelmente não é tão ruim quanto parece e há uma distorção muito forte do comércio exterior", afirmou Ian Shepherdson da Pantheon Macroeconomics.

Chris Williamson, do escritório Markit, acredita que a economia americana parece "pronta para subir no segundo trimestre". Esta contração já é, segundo ele, "história antiga".

Há uma semana a presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) Janet Yellen assegurou que os "ventos contrários" que sopram sobre a economia estão dissipando-se.

"Espero que os indicadores econômicos se fortaleçam", disse.

Embora efêmero, esse esfriamento econômico deve aliviar os membros do Fed que pedem um pouco de paciência antes de subir as taxas básicas de jutos, que se mantêm próximas de zero desde o final de 2008.

Os mercados especulam há tempos sobre um primeiro aumento após a próxima reunião do Comitê de política Monetária do Fed, nos dias 16 e 17 de junho.

Mas, recentemente, o Banco Central julgou essa hipótese "pouco provável" e as cifras desta sexta-feira devem fortalecer esse raciocínio.

"O Fed não se moverá até que não possa prever com confiança um retorno a um crescimento correto", enfatizou Chris Low, analista da FTN Financial.


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