O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández Díaz, provocou polêmica na Catalunha ao relacionar o jihadismo ao movimento separatista catalão, em declarações consideradas "intoleráveis" pelo governo desta região do noroeste da Espanha.
Perguntado em uma entrevista sobre o surgimento de focos islamitas na Catalunha, onde a polícia lançou na quarta-feira uma operação antijihadista, o ministro referiu-se, entre outros fatores, às atividades de uma fundação ligada ao presidente do partido do presidente separatista catalão Artur Mas.
"Por algum tempo banalizamos este assunto (...) No nascimento do processo de independência, eu me lembro da Fundação Nuevos Catalanes que tentava captar e fazer proselitismo dentro desta comunidade pela independência", declarou na quarta-feira à emissora de rádio pública Catalunya Radio.
Fernandez Diaz também observou que nesta região, onde vive um terço da comunidade muçulmana na Espanha, metade das mesquitas difundem mensagens salafistas.
"Eu sei que o separatismo não é jihadismo, mas eu sei muito bem que com essas coisas não devemos brincar", afirmou Fernández Díaz horas depois.
O presidente da fundação citada pelo ministro, Angel Colom, acusou o ministro de "tentar estigmatizar toda a comunidade muçulmana e estigmatizar o processo de independência".
Por sua vez, o chefe do Interior do governo catalão, Ramon Espadaler, criticou as declarações do ministro, chamando-as de "totalmente intoleráveis e inaceitáveis".