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Estado de Minas

Investigação sobre queda de avião avança com dados de caixa-preta

Primeiro equipamento encontrado, ainda nessa terça-feira, contém todos os sons do cockpit e, apesar de muito danificada, os investigadores franceses conseguiram extrair dados utilizáveis


postado em 25/03/2015 16:40 / atualizado em 25/03/2015 18:21

Especialistas indicaram que ouviram vozes, mas acrescentaram que é preciso identificá-las(foto: BEA/AFP)
Especialistas indicaram que ouviram vozes, mas acrescentaram que é preciso identificá-las (foto: BEA/AFP)
A investigação sobre as causas da queda, ainda inexplicada, do Airbus A320 da companhia Germanwings avança nesta quarta-feira com a análise de uma das caixas-pretas, encontrada ainda nessa terça-feira. O equipamento contém todos os sons do cockpit e, apesar de muito danificada, os investigadores franceses conseguiram extrair dados utilizáveis, informou o diretor do Escritório de Investigações e Análises (BEA) da Aviação Civil francesa, Rémi Jouty, em coletiva de imprensa.

Os especialistas indicaram que ouviram vozes, mas acrescentaram que é preciso identificá-las. Eles disseram que ainda "não têm a menor explicação" sobre as causas do acidente que deixou 150 mortos.

O "invólucro" da segunda caixa-preta da aeronave da companhia alemã foi encontrado, mas "não a caixa-preta em si", revelou o presidente francês François Hollande, que sobrevoou o local da tragédia com a chanceler alemã Angela Merkel. Hollande, Merkel e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, prestaram uma homenagem às vítimas da tragédia no início da tarde desta quarta-feira, em Seyne-les-Alpes, nos Alpes franceses.

Visivelmente emocionados, o presidente francês, o chefe de Governo espanhol e a chanceler alemã conversaram com bombeiros e militares que participam das operações de busca na zona. Depois, foram para uma capela onde, longe da imprensa, prestaram uma homenagem às 150 vítimas. Entre os mortos, há vários alemães e espanhóis.

Um momento de recolhimento também aconteceu frente à montanha, na aldeia próxima de Le Vernet, de onde se pode ver o local da catástrofe.

Hollande prometeu "esclarecer" as circunstâncias da tragédia, enquanto Angela Merkel considerou que "é bom ver que, nessas horas tão difíceis, permanecemos juntos e unidos pela amizade".

"Trabalharemos juntos e investigaremos juntos, como deve ser enquanto europeus, mas, sobretudo e antes de tudo, enquanto seres humanos", ressaltou, por sua vez, Mariano Rajoy.

Segundo a companhia alemã Lufthansa, proprietária da Germanwings, "o avião estava tecnicamente em perfeito estado e os dois pilotos eram experientes". A tripulação não emitiu nenhum aviso de emergência durante a queda da aeronave que durou oito minutos, segundo a Germanwings.

"Nenhuma hipótese foi descartada", com exceção de uma explosão em pleno voo, reiterou nesta quarta-feira o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.

Ao mesmo tempo, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, explicou que o governo francês não privilegia a hipótese terrorista na investigação das causas do acidente.

Buscas

A perigosa operação para recuperar os destroços do aparelho foi retomada logo ao amanhecer desta quarta-feira, uma tarefa que será complexa em consequência da dispersão de partes do avião em uma ampla área montanhosa de difícil acesso entre Digne-les-Bains e Barcelonette (Alpes da Alta Provença).

O Airbus A320 da Germanwings, uma companhia de baixo custo, filial da Lufthansa, caiu na terça-feira em uma área com montanhas que chegam a 3.000 metros de altitude. A aeronave seguia de Barcelona (Espanha) para Düsseldorf (Alemanha) com 144 passageiros e seis membros da tripulação a bordo.

A identificação dos corpos "levará dias, ou até mesmo semanas", segundo a Justiça francesa. Segundo o general francês David Galtier, "os pedaços de corpos humanos localizados não são maiores que uma pequena maleta".

Em Seyne-les-Alpes, foi montado um importante dispositivo de abrigo e apoio psicológico às famílias das vítimas, envolvendo hospedagem, alimentação, atendimento psiquiátrico, enfermeiros, entre outros.

Monumento em memória das vítimas

Durante a visita dos três líderes europeus, as prefeituras das duas pequenas comunidades vizinhas do local do acidente propuseram um monumento em homenagem às vítimas. "Temos um vilarejo de 150 habitantes, e há 150 vítimas. Então, para nós, é como se todo o vilarejo tivesse sido arrasado de uma só vez da face da Terra", afirmou um dos prefeitos, François Balique, que dirige a localidade de Le Vernet.

A companhia Lufthansa informou que disponibilizará dois voos para levar os familiares das vítimas nesta quinta-feira a Marselha, de onde serão conduzidos até as proximidades do local da tragédia. Alemanha e Espanha foram os países mais atingidos pela catástrofe aérea, a pior registrada na França em mais de 30 anos.
(Com AFP)


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