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Estado de Minas

Palestinos estão céticos com relação às eleições em Israel


postado em 16/03/2015 14:52

Os palestinos acompanham com atenção e sem grandes ilusões as eleições legislativas em Israel. A maioria deles acredita que, mesmo em caso de derrota do conservador Benjamin Netanyahu, não será fácil retomar os esforços pela paz.

Garçom em um café em Ramallah, Bara acompanha as eleições pelo Facebook. "Fala-se muito sobre o tema, mas sabemos que o próximo governo talvez será ainda pior do que o atual", diz ele à AFP.

Desde o fracasso da última tentativa dos Estados Unidos para chegar à paz, as perspectivas de resolução do conflito parecem mais distantes. Em 2014, palestinos e o Exército de Israel se enfrentaram em uma guerra na Faixa de Gaza.

Além disso, prosseguem as tensões entre a cúpula palestina e o governo israelense, em razão das iniciativas em Gaza e na Cisjordânia para levar a independência palestina a um debate em nível mundial. Em contrapartida, o governo de Israel tem imposto várias sanções econômicas.

No entanto, o conflito, sobretudo os meios para solucioná-lo, não tem recebido atenção de parte dos candidatos israelenses. É possível que esta omissão se deva, segundo analistas, a que a maioria dos eleitores israelenses consideram que os dirigentes palestinos são responsáveis pela situação.

A questão voltou a ser manchete no final da campanha eleitoral, quando foi publicado um documento atribuído a Netanyahu no qual o atual primeiro-ministro se desculpava por ter entrado em um acordo pela criação do Estado palestino.

O gabinete de Netanyahu desmentiu a notícia, ainda que seu partido tenha deixado claro que as concessões aos palestinos não são prioritárias.

Os líderes palestinos duvidam de que a situação melhore em caso de o trabalhista Isaac Herzog ser eleito. Representantes em organizações como Organização para Libertação da Palestina (OLP) já avisaram que a ofensiva diplomática não seria alterada, independente do resultado das eleições.

"Não interessa quem será o vencedor, queremos um parceiro para a paz"

"É natural que acompanhemos estas eleições, afinal transcorrem no país que nos ocupa, o mesmo que mata, reprime e discrimina os palestinos todos os dias", argumenta Mohamed Madani, encarregado na OLP de relações com a sociedade israelense.

Para os dirigentes palestinos, "pouco importa que o vencedor seja de direita, esquerda ou extremista, o que interessa é que construa a paz conosco. Mas, até o momento, não temos encontrado nenhum parceiro".

Enquanto o Likud (partido de Netanyahu) sempre se opôs a um Estado palestino, a União Sionista, liderada pelo trabalhista Isaac Herzog e a legenda de centro Iesh Atid ("Tem Futuro"), advoga por um "Estado palestino desmilitarizado e o congelamento na construção de assentamentos judaicos na Cisjordânia".

O partido nacionalista religioso Lar Judeu se opõe a "qualquer Estado palestino", mas também não é favorável a um Estado que absorvesse a população palestina.

Por sua vez, o partido Israel Beitenu ("Israel Nossa Casa") não se opõe à criação de um Estado palestino. Liderado por Avigdor Lieberman, no interior da sigla é articulada a troca de territórios, bem como de populações entre certos territórios com maioria de árabes-israelenses e as colônias constituídas por judeus ultraortodoxos, na Cisjordânia.

Por outro lado, a Lista Unificada Árabe defende o retorno às fronteiras de 1967, com um Estado palestino independente e para o qual seja cedida a região oriental de Jerusalém. A Esplanada das Mesquitas, sagrada para os muçulmanos, e o Muro das Lamentações, local de culto para os judeus, estão situados nessa parte da cidade, também conhecida como cidade-velha, e são controlados pelo governo de Israel desde o fim da Guerra dos Seis Dias.

Adli al Rami também trabalha em Ramallah como vendedor de carros e reivindica pontos concretos. "Desejo que acabem com o muro, os postos de controle, que diminuam a ocupação na Cisjordânia, mesmo que um pouco, e então daremos as boas-vindas ao novo governo".

"Até hoje, todos os partidos que governaram em Israel", afirma Fawzi Barhum, "continuam a praticar o terrorismo para liquidar a causa palestina e insistir na colonização", diz o porta-voz no movimento islamita. O governo de Israel considera que o Hamas é uma organização terrorista.

O dirigente na OLP Mohamed Madani espera que a Lista Unificada Árabe consiga levar a questão palestina para o centro do debate. Mas avalia que se, após as eleições, não surgir um único parceiro para a paz, o significado disso será "que o povo israelense não sabe o que realmente quer, ao eleger dirigentes que optam pela guerra em detrimento da estabilidade na região".


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