(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

EUA e Cuba tentam avançar com o diálogo


postado em 27/02/2015 15:40

Estados Unidos e Cuba prosseguem nesta sexta-feira, em Washington, com um diálogo histórico, no segundo ciclo de negociações que pretendem restabelecer as relações diplomáticas e uma completa normalização que deve acabar com meio século de conflito.

Os dois governos terão encontros durante todo o dia no Departamento de Estado, depois de um primeiro encontro oficial em Havana no fim de janeiro que sucedeu ao anúncio histórico, de 17 de dezembro, feito pelos presidentes dos Estados Unidos e de Cuba, Barack Obama e Raúl Castro, sobre o degelo entre os dois países inimigos.

A secretaria de Estado adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson, se reunirá com a cubana Josefina Vidal, chefe do Departamento sobre os Estados Unidos da chancelaria de Havana.

O objetivo é reabrir, talvez nos próximos meses, as embaixadas nas duas capitais e nomear representantes diplomáticos. Os dois países não mantêm relações diplomáticas desde 1961, mas mantêm desde 1977 uma escritório de interesses.

"Nossos presidentes (Obama e Castro) e meu secretário de Estado (John Kerry) ficariam felizes se conseguíssemos terminar tudo antes da reunião de cúpula das Américas em 10 e 11 de abril no Panamá", afirmou uma fonte do Departamento de Estado.

Obstáculos a serem removidos

Obama e Castro pretendem comparecer à reunião internacional dentro de seis semanas. Uma oportunidade para um eventual encontro e a reabertura das relações diplomáticas.

Um dos obstáculos mais urgentes é a permanência da Cuba na lista do Departamento de Estado dos países que promovem o terrorismo. Embora Obama tenha pedido a reavaliação dessa inclusão, a eventual remoção do país da lista pode demorar mais tempo, travando uma solução antes da Cúpula das Américas.

Nesta sexta-feira, o Secretário de Estado, John Kerry, disse que as negociações se concentram nas relações diplomáticas e que sua equipe não está negociando a exclusão de Cuba da lista. "A designação sobre os países que promovem o terrorismo é um processo separado, não é uma negociação", disse.

O restabelecimento das relações diplomáticas "seria mais fácil" se não fosse relacionado com a lista sobre terrorismo, explicou uma fonte do governo americano na quinta-feira.

O maior obstáculo, contudo, é o embargo comercial e econômico dos EUA a Cuba, que depois de quase meio século de aplicação se encontra codificado na lei (em especial à chamada Ley Helms-Burton), de modo que o fim das sanções só pode ser resultante de uma decisão do Congresso americano.

O próprio Obama reiterou que o embargo "não funcionou" ye por isso defende seu desmantelamento, mas como seu Partido Democrata não controla nenhuma das duas Câmaras do Congresso, a tarefa não parece fácil.

Nova estratégia

"Buscamos uma nova estratégia", respondeu o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

Ele reiterou que a "estratégia anterior, que durou mais de 50 anos e consistia em tentar isolar Cuba para pressionar o governo a mudar sua maneira de tratar os cidadãos apresentou poucos resultados".

O governo americano flexibilizou nas últimas semanas alguns aspectos do embargo - para o setor privado de empresas cubanas e nas telecomunicações -, mas o essencial permanece em vigor.

Um fator de discórdia é a permanência de Cuba na lista do Departamento de Estado sobre países que promovem o terrorismo, e a necessidade ou não de eliminar o país dessa lista antes de reabrir as embaixadas.

Em Havana, um alto funcionário da chancelaria cubana, Gustavo Machín, adiantou à imprensa que "seria controverso" restabelecer relações diplomáticas e a ilha permanecer nesta lista, na qual o país foi incluído em 1982.

Mas uma fonte do Departamento de Estado assegurou que um acordo bilateral que permita restabelecer as relações diplomáticas e a reabertura de embaixadas seria facilitado se as duas coisas forem analisadas separadamente.

Pouco antes dos primeiros encontros oficiais entre Cuba e Estados Unidos no fim de janeiro, Havana libertou 53 dissidentes que estavam em uma lista estabelecida em conjunto com o governo americano.

As discussões desta sexta-feira, centradas nas relações diplomáticas, também poderiam permitir estabelecer uma data para um primeiro encontro oficial sobre direitos humanos, segundo fontes diplomáticas americanas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)