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Estado de Minas

Médicos sírios denunciam 'desastre médico e humanitário'


postado em 06/01/2015 07:31

A Síria vive um desastre médico e humanitário, denunciaram nesta terça-feira em Paris médicos sírios, que destacaram o reaparecimento de doenças que haviam sido erradicadas, a falta de equipes de saúde e de medicamentos.

"A situação é insuportável, catastrófica, e em muitos lugares da Síria já não há presença médica", declarou o médico Ubaida al-Mufti, integrante da União de Organizações Sírias de Socorro Médico (UOSSM), uma ONG que conta com o apoio do ministério francês das Relações Exteriores.

Em Aleppo, segunda cidade do país, funcionam apenas cinco hospitais, três deles de forma parcial, denunciou a UOSSM.

Nesta região, controlada pela oposição, vivem 360.000 pessoas cercadas pelas forças governamentais.

"Restam apenas 30 médicos" que, "além de atender aos feridos de guerra, devem enfrentar o reaparecimento de doenças como a pólio, a tuberculose, a sarna ou a febre tifoide", contou Abdelaziz, um médico de Aleppo, que não forneceu seu sobrenome por motivos de segurança.

Em Guta Oriental, um subúrbio de Damasco sitiado pelas forças governamentais, "não existe nenhuma possibilidade de fazer entrar ajuda humanitária", denunciou outro profissional.

Nas zonas sob controle do grupo Estado Islâmico (EI), "os médicos podem trabalhar, mas não contam com o apoio de nenhuma ONG porque elas deixaram o território", disse outro participante na coletiva de imprensa, que foi realizada na sede do ministério francês das Relações Exteriores.

Em Raqa, reduto do grupo EI, no norte da Síria, onde vivem 1,6 milhão de habitantes, "não há nenhum serviço de obstetrícia, de ginecologia ou de pediatria, os serviços são muito limitados", explicou.

Segundo o doutor al-Mufti, atualmente 80% dos partos na Síria são realizados em casa e grande parte das crianças não recebem as vacinas básicas.

Os médicos da UOSSM, que conta com 300 postos médicos e 12 ambulatórios em todo o território sírio, tentam trabalhar em todas as zonas do país, sem levar em conta quem as controla.

"Somos neutros. Mas sofremos a violência de todos e ninguém tem garantia de nada", acrescentou al-Mufti, que informou sobre 300 médicos mortos nos últimos três anos.

Desde março de 2011, quando tiveram início as manifestações na Síria, cuja repressão deu origem a uma guerra civil, o conflito provocou a morte de mais de 200.000 pessoas e deixou 6,5 milhões de deslocados.


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