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Estado de Minas

Canadá fortalece segurança após atentado terrorista

Primeiro-ministro quer ampliar poderes das agências de inteligência, mas descarta pânico. Parlamentares tratam sargento em armas como herói e prestam tributo a soldado morto


postado em 24/10/2014 00:12 / atualizado em 24/10/2014 10:20

Parlamento foi alvo de atentado que deixou dois mortos na quarta-feira(foto: Peter McCabe/AFP)
Parlamento foi alvo de atentado que deixou dois mortos na quarta-feira (foto: Peter McCabe/AFP)
Após se dar conta de que o Canadá está vulnerável a ataques de jihadistas, o primeiro-ministro Stephen Harper decidiu fortalecer a segurança no país. O Parlamento – alvo de um atentado na manhã de quarta-feira que deixou dois mortos e três feridos – reabriu, ontem, em meio a um clima de apreensão. Em sessão emocionante, o premiê assegurou que o governo pretende conceder mais poderes de detenção e de vigilância às agências de segurança. “Posso garantir que esse trabalho já está em andamento”, adiantou Harper. O ministro da Segurança Pública, Stephen Blaney, anunciou na semana passada que a nova legislação permitirá à agência de espionagem, o Serviço de Inteligência e Segurança Canadense, rastrear e investigar terroristas em potencial quando viajarem para o exterior e até mesmo processá-los.


A sede do Legislativo e o Memorial de Guerra Nacional foram palcos de homenagens a Kevin Vickers, o segurança de 58 anos que matou o atirador Michael Zehaf-Bibeau, e a Nathan Cirillo, o soldado de 24 anos que não resistiu após ser baleado nas costas. Harper reforçou, ontem, o que tinha dito na véspera, ao garantir que o país não vai se intimidar com o atentado. “Posso dizer a esta Casa que o objetivo dos ataques era instalar o medo em nosso país e interromper o funcionamento do governo”, declarou, em um pronunciamento aos parlamentares. “Estaremos vigilantes, mas não vamos fugir com medo. Seremos prudentes, mas não entraremos em pânico”, acrescentou o chefe de governo.

O primeiro-ministro indicou que o Canadá seguirá engajado na coalizão internacional contra o Estado Islâmico (EI). Momentos antes de a sessão começar, no momento em que o mandatário prestava homenagens a Cirillo, no memorial, as forças de segurança imobilizaram e prenderam um homem que cruzou a linha de isolamento montada dois dias atrás. Horas depois, as autoridades afirmaram tratar-se de um mendigo.

HOMENAGEM

O sargento em armas Kevin Vickers - responsável pela ordem dentro da sede do Legislativo canadense - foi aplaudido de pé, durante vários minutos, pelos parlamentares. Ovacionado como herói, ele foi cumprimentado por Harper e fotografado ao lado do premiê. Os trabalhos do governo foram retomados depois de todos respeitarem um minuto de silêncio e de cantarem o hino nacional. Em Ottawa e em outras cidades do Canadá, bandeiras foram hasteadas a meio mastro. Senadores e deputados visitaram o Memorial de Guerra Nacional, onde Cirillo foi baleado antes de o atirador seguir para o parlamento. Alguns deles chegaram a se ajoelhar e a depositar flores no local.

Em três dias, dois militares canadenses foram mortos no país por agressores que, aparentemente, agiram de maneira independente, o que levantou as suspeitas das autoridades sobre as motivações jihadistas. Tanto Michael Zehaf-Bibeau quanto Martin Rouleau-Couture – que atropelou e matou um soldado na segunda-feira, antes de ser executado pela polícia – tiveram os passaportes apreendidos pelas autoridades. A medida visava impedir que ambos aderissem a movimentos islâmicos radicais no Oriente Médio. Porém, a polícia garantiu que não há relação entre os dois atentados.

Os moradores de Ottawa tentavam, ontem, retomar a vida normal, apesar do forte aparato policial montado no Centro da capital canadense. “Como um homem de cor, eu estou triste e, ao mesmo tempo, tenho medo das implicações (do atentado)”, lamentou Mazin al-Rasheed. “Espero que as pessoas mantenham a calma e não sejam tomadas pelo medo”, concluiu Mazin, perto da sede do Legislativo. “Acordei esta manhã sem me sentir diferente. A vida continua”, disse, por sua vez, Chris McLachlan, a caminho do trabalho.

 

 


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