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Estado de Minas

Jihadistas treinam para pilotar caças


postado em 18/10/2014 00:12 / atualizado em 18/10/2014 13:46

Brasília – Pilotos iraquianos da força aérea do ditador Saddam Hussein se alistaram nas fileiras do Estado Islâmico e começaram a treinar jihadistas para a operação de três caças MiG-21 e MiG-23 que estariam em poder do grupo. A denúncia, feita pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), partiu de relatos de moradores da região da base aérea de Al-Jarrah – na província de Aleppo (Leste da Síria) –, provável local dos treinamentos e onde os aviões de guerra foram vistos sobrevoando a uma baixa altitude. “Pessoas viram os voos, eles partiram várias vezes do aeroporto e retornaram”, afirmou Rami Abdul Rahman, chefe do OSDH. As mesmas fontes contaram à organização que os caças foram apreendidos durante a captura de aeroportos militares nas províncias de Aleppo e de Al-Raqqa. Apesar de não ter sido oficialmente confirmada e de não haver dados sobre a presença de armamentos nas aeronaves, a informação levanta preocupação sobre o real poder de fogo do Estado Islâmico.


Especialista em extremismo religioso pelo Instituto Monterey de Estudos Internacionais, o norte-americano Jeffrey Bale minimiza a gravidade da denúncia. “Qualquer caça que estiver em missão apoiando o Estado Islâmico será derrubado rapidamente pelos aviões da coalizão ou dos Estados Unidos”, opinou, em entrevista por e-mail. No entanto, ele acredita que, caso sejam capazes de fazer poucos ataques aéreos contra alvos em solo, os pilotos jihadistas podem ajudar o Estado Islâmico, sob o ponto de vista tático. Probabilidade que o próprio Bale julga ser pequena. “Os iraquianos envolvidos no treinamento raramente são ótimos pilotos de caças. É preciso tempo para treinar alguém, até que ele consiga se tornar um bom piloto”, observou.


O coronel Patrick Ryder, porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos, disse que “não estava ciente” de operações de voo realizadas pelo Estado Islâmico. No microblog Twitter, simpatizantes do Estado Islâmico publicaram fotos de caças capturados em outras províncias da Síria, mas as aeronaves tinham a aparência de inutilizáveis. “Continuamos a manter um olhar atento sobre a atividade (do Estado Islâmico) na Síria e no Iraque, e continuaremos a conduzir ataques contra os seus equipamentos, instalações, combatentes e centros de poder, onde quer que estejam”, afirmou.


Os jihadistas lutavam, ontem, para manter o controle de 50% da cidade síria de Kobane, próximo à fronteira com a Turquia. Os combates com as forças das Unidades de Proteção Popular (YPG, em curdo) deixaram mais de 650 mortos em um mês, de acordo com um balanço do OSDH que não contempla as vítimas dos bombardeios aéreos da coalizão internacional liderada pelos EUA. O Estado Islâmico sofreu 374 baixas, enquanto os curdos tiveram 268. Pelo menos 20 civis também morreram e 300 mil fugiram de Kobane desde 16 de setembro, quando se iniciou a ofensiva.


O Departamento de Defesa norte-americano não descarta a queda da cidade nas mãos dos jihadistas. Até o momento, os guerrilheiros das YPG foram bem-sucedidos em impedir o avanço dos terroristas. Alguns civis estão presos dentro da cidade, emboscados por atiradores.


Em Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein, a 160km de Bagdá, o Exército iraquiano lançou ontem uma forte ofensiva contra o Estado Islâmico e conseguiu ganhar terreno a oeste e a norte, cortando uma importante rota de suprimentos para os militantes. “O Iraque é o nosso principal esforço”, admitiu o general norte-americano Lloyd Austin, o comandante responsável por supervisionar a guerra área. Os jihadistas, entretanto, ainda controlam 85% da província de Al-Anbar (Oeste).


O governo do Iraque impôs um toque de recolher em Ramadi (Oeste), com receio de que o EI tente avançar na cidade, que tem importância estratégica. A medida foi implementada à 0h, como parte de esforços para limitar a entrada e saída de pessoas na cidade, enquanto tropas do governo se preparam para eliminar grupos de resistência.

 

 

 


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