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Estado de Minas

Rússia ameaça a União Europeia com corte de gás

Após bloqueio russo, países da UE revenderam gás para a Ucrânia. Rússia é a principal fornecedora de gás natural para o grupo, com mais de um terço do consumo total


postado em 26/09/2014 15:07 / atualizado em 26/09/2014 16:45

Presidente russo Vladimir Putin teve reunião com o CEO da Gazprom Alexei Miller, na semana passada(foto: ALEXEY NIKOLSKY / RIA NOVOSTI / AFP)
Presidente russo Vladimir Putin teve reunião com o CEO da Gazprom Alexei Miller, na semana passada (foto: ALEXEY NIKOLSKY / RIA NOVOSTI / AFP)
A Rússia ameaçou nesta sexta-feira cortar o gás da União Europeia, já que alguns países do bloco o reexportam para a Ucrânia, em meio ao conflito entre Kiev e os separatistas pró-russos. A ameaça ocorre ao final do primeiro dia de negociações sobre o fornecimento de gás entre russos, ucranianos e europeus em Berlim.

Os dois países acordaram na capital alemã medidas para restabelecer o fluxo de gás russo para a Ucrânia, suspenso desde junho, com o pagamento por Kiev de 3,1 bilhões de dólares à Gazprom, antes do fim do ano. A Gazprom cobra da Ucrânia uma dívida pelo gás no valor de 5,3 bilhões de dólares.


Segundo este "acordo prévio", sujeito à aprovação dos governos, a Gazprom está disposta a fornecer à Ucrânia pelo menos 5 bilhões de metros cúbicos de gás nos próximos meses, informou o comissário europeu de energia Günther Oettinger, ao fim da reunião trilateral.


Uma nova reunião negociadora será realizada em Berlim da semana que vem. As negociações pretendem resolver as divergências entre Rússia e Ucrânia sobre o preço do gás, que levaram Moscou a cortar em junho o abastecimento a Kiev, no contexto do conflito no leste ucraniano.


Outro objetivo é assegurar a entrega de gás russo à UE. A Rússia é a principal fornecedora de gás natural da UE. Em 2013, em volume, o bloco europeu recebeu da Rússia 34% de seu consumo total de gás, e a metade passou pela Ucrânia.


O ministro russo de Energia, Alexander Novak, advertiu a Europa contra qualquer operação de revenda de gás russo à Ucrânia, em uma declaração dada nesta sexta-feira à imprensa alemã.


"Os contratos em vigor (entre Rússia e os europeus) não preveem qualquer reexportação. Esperamos que nossos parceiros europeus respeitem esses acordos" disse ao jornal Handelsblatt. "Este respeito é o que garante o fornecimento (de gás russo) sem interrupções aos consumidores europeus" afirmou.


Fluxos invertido


Desde que o gás russo foi cortado, a Ucrânia buscou outras soluções, como comprar gás de operadores privados europeus, algo que a Rússia considera uma violação aos contratos comerciais. Este sistema de abastecimento de gás para a Ucrânia por parte dos operadores europeus é conhecido como "fluxos invertidos".

O operador da rede de gasodutos húngaros, FGSZ, anunciou na quinta-feira que suspendeu por tempo indeterminado o envio de gás para a Ucrânia, uma medida "inesperada e inexplicável" segundo o grupo público ucraniano Naftogaz.


A UE não tardou em responder nesta sexta-feira as alegações da Rússia sobre os fluxos invertidos. "Não há nada que impeça as companhias europeias de disponibilizar livremente gás comprado da Gazprom, inclusive vendendo a terceiros países, como à Ucrânia", afirmou uma porta-voz da Comissão Europeia, Helen Kearns.

"Nossa mensagem é muito clara: esperamos que todos os Estados-membros facilitem os 'fluxos invertidos', o que permitiria à UE fornecer gás à Ucrânia", acrescentou. Bruxelas enviou uma mensagem de reprovação à Hungria, pelo corte de gás à Ucrânia.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, admitiu que seu país não pode correr o risco de perder o fornecimento de gás russo, que representa 60% das necessidades do país, por causa da Ucrânia. "A Hungria não pode se colocar em uma situação na qual, por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia, deixe de receber a oferta necessária de energia", afirmou Orban na rádio pública.

Investigação da ONU

A trégua, assinada no dia 5 de setembro, parece se consolidar nas regiões separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia. Entretanto, uma equipe do Alto Comissariado de Direitos Humanos investigará a descoberta de quatro cadáveres -três mulheres e um homem- em um terreno abandonado perto de Donetsk, anunciou nesta sexta-feira uma porta-voz da ONU.

A imprensa russa acusou os militares ucranianos de ter torturado e assassinado civis, o que o exército de Kiev desmente. "Nossa equipe vai investigar o caso", disse em Genebra una porta-voz do Comissariado, Ravina Shamdasani.


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