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Estado de Minas

Papa teme uma terceira guerra

Pontífice reza no cemitério austro-húngaro, onde estão os restos de 100 mil soldados


postado em 14/09/2014 00:12 / atualizado em 14/09/2014 13:43


Redipuglia (Itália) – O papa Francisco afirmou ontem que todas as guerras são uma loucura alimentada pela indústria armamentista e pelos interesses geopolíticos, em uma cerimônia na Itália por ocasião do centenário do início da Primeira Guerra Mundial. “Depois de contemplar a beleza da paisagem de toda esta região, onde homens e mulheres trabalham (...), crianças brincam e idosos sonham (...), penso em apenas uma coisa: a guerra é uma loucura”, afirmou o pontífice no cemitério militar de Redipuglia, no Nordeste da Itália. Esse cemitério é o maior da Itália, onde estão os restos de mais de 100 mil soldados mortos durante o grande conflito eclodido em 1914, do qual o avô de Francisco participou, nas batalhas travadas nessa região, perto do Rio Piave, entre 1917 e 1918.

Em junho, o papa falou “da enorme tragédia que foi a Primeira Guerra Mundial, da qual ouvi tantas histórias dolorosas da boca de meu avô, que esteve no Piave”. A cerimônia de ontem ocorreu diante de milhares de fiéis que compareceram ao evento apesar da ocorrência de chuva nesta parte da Itália. “A guerra destrói, desfigura tudo, inclusive o vínculo entre irmãos. A guerra é louca, seu plano de desenvolvimento é a destruição”, acrescentou o pontífice em sua crítica aos conflitos armados, que, segundo argumentou, nascem dos interesses econômicos da indústria armamentista e da indiferença do povo.

“A ganância, a intolerância e a ambição de poder são motivos que levam a decidir para a guerra, e esses motivos muitas vezes são justificados por uma ideologia”, afirmou Francisco. “Ainda hoje, após o segundo fracasso de outra guerra mundial, podemos talvez falar de uma terceira guerra travada por partes, com crimes, massacres, destruições”, acrescentou o sucessor de São Pedro. “Aqui há muitas vítimas. E a partir daqui nos lembramos de todas as vítimas de todas as guerras. Ainda hoje existem muitas vítimas. Como é possível? É possível porque, nos bastidores, há interesses, planos geopolíticos, avidez de dinheiro e poder, e existe a indústria das armas, que parece ser importantíssima”, denunciou Francisco. “E estes planejadores do terror, estes organizadores do confronto, assim como os comerciantes de armas, escreveram em seus corações: ‘Que me importa?’”, disse o papa.

CASAMENTO O papa Francisco celebrará hoje, pela primeira vez em seu pontificado, a união de 20 casais da Diocese de Roma, entre eles um formado por uma mulher divorciada e seu novo companheiro. O ato ocorrerá na Basílica de São Pedro pela manhã e junto ao papa estarão o cardeal-vigário de Roma, Agostino Vallini, o vice-gerente Filippo Iannone e 40 sacerdotes amigos dos noivos.

O ato de hoje tem especial relevância já que ocorrerá antes do Sínodo extraordinário de bispos sobre a família que será realizado no Vaticano entre 5 e 19 de outubro e que deverá traçar a linha pastoral sobre essa instituição. Não é a primeira vez que um papa oficia esta cerimônia. João Paulo II casou várias famílias durante o Encontro Mundial da Família de 1994 e durante o Jubileu de 2000, além de oficiar outras tantas uniões de caráter privado.


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