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Estado de Minas

Afeganistão expulsa jornalista do "The New York Times"

ONU mostrou desapontamento com atos de intimidação. Governo afegão diz que já contestou outros trabalhos do jornalista


postado em 20/08/2014 18:07 / atualizado em 20/08/2014 18:20

O governo do Afeganistão deu um prazo de 24 horas para que o jornalista Matthew Rosenberg, do "The New York Times", deixe o país. Conforme informou em comunicado o gabinete da Procuradoria-Geral, nesta quarta-feira, os afegãos ficaram insatisfeitos com uma reportagem que ele produziu sobre um grupo de autoridades locais que estariam dispostos a tomar o poder, em meio a uma polêmica sobre quem venceu as eleições presidenciais deste ano.

A Procuradoria-Geral chegou a pedir a Rosenberg que revelasse suas fontes, o que foi recusado. No comunicado, o órgão diz que a matéria ameaça a estabilidade e a segurança do Afeganistão, sugerindo em seguida que, como a reportagem foi desenvolvida com base em fontes não identificadas, ela pode ter sido fabricada. O documento informa ainda que o ministério de Relações Exteriores do país e agências de segurança foram notificadas da expulsão.

Matéria publicada nesta quarta-feira no site do "The New York Times" afirma que o jornal ficou "chocado" com a decisão afegã e que Rosenberg é um "jornalista fantástico, que escreveu uma reportagem muito precisa". O texto, assinado pelo editor-executivo Dean Baquet, dizia também que "ele estava disposto a conversar com o governo afegão, mas, obviamente, não iria revelar suas fontes". A missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Afeganistão também mostrou desapontamento com os atos de intimidação contra Rosenberg, disse o porta-voz da ONU Stephane Dujarric, em Nova York.

Por sua vez, o porta-voz da presidência do Afeganistão, Aimal Faizi, afirmou que a saída de Rosenberg é resultado de uma "clara fabricação" em sua reportagem, "com o objetivo de minar a estabilidade e a segurança do país", lembrando que o governo já havia contestado trabalhos anteriores do jornalista.

O Afeganistão realizou eleições presidenciais no último dia 6 de abril, para eleger o sucessor de Hamid Karzai. Os dois principais candidatos foram o ex-ministro das Relações Exteriores Abdullah Abdullah e o ex-ministro das Finanças Ashraf Ghani Ahmadzai. Abdullah recebeu a maioria dos votos no primeiro turno, mas não conseguiu o mesmo sucesso no segundo turno. Os resultados preliminares indicaram que Ahmadzai estava à frente no segundo turno, mas os dois alegaram fraude, com investigações que seguem até o momento.

A reportagem de Rosenberg diz que algumas autoridades ligadas às forças de segurança estavam considerando a possibilidade de tomar o poder. O jornal veiculou que figuras poderosas do governo estavam discutindo a formação de um governo interino, como uma forma de solucionar o impasse das eleições.


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