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Estado de Minas

Papa Francisco defende o diálogo entre as duas Coreias durante visita a Seul


postado em 14/08/2014 07:31 / atualizado em 14/08/2014 09:10

(foto: Kim Hong-Ji / POOL / AFP)
(foto: Kim Hong-Ji / POOL / AFP)

O papa Francisco desembarcou nesta quinta-feira em Seul para promover o catolicismo na Ásia e defender a reconciliação entre as duas Coreias, mas Pyongyang respondeu com uma salva de mísseis ao mar. No primeiro discurso na capital sul-coreana, diante da presidente Park Geun-Hye e de várias autoridades do país, o papa elogiou "os esforços feitos a favor da reconciliação e da estabilidade na península coreana, o único caminho para uma paz duradoura".

"A diplomacia, como arte do possível, se baseia na convicção firme e perseverante de que se pode alcançar a paz através da escuta tranquila e do diálogo, mais do que através de recriminações mútuas, críticas estéreis e mobilização de forças", destacou o pontífice. O papa, que falou em inglês pela primeira vez em um evento oficial, evitou cuidadosamente citar o regime comunista norte-coreano, apesar das referências às injustiças, perseguições e mobilização de forças que representaram uma alusão a Pyongyang.

Francisco afirmou a sua anfitriã, a presidente sul-coreana, que espera "do fundo do coração" a reconciliação das duas Coreias, separadas desde 1953. O pontífice argentino vai celebrar uma missa para "a paz e a reconciliação" na catedral de Myeong-dong de Seul no dia 18 de agosto, ao fim de sua visita de cinco dias.

O Papa foi recebido no aeroporto de Incheon pela presidenta sul-coreana Park Geun-Hye e por estudantes com flores. Também se encontrou no tapete vermelho com dois refugiados norte-coreanos e parentes das vítimas da balsa Sewol. O naufrágio da embarcação em 16 de abril deixou mais de 300 mortos, a maioria estudantes.

Ele saudou a multidão de dentro de um carro durante seu deslocamento pela cidade. Quase simultaneamente, a Coreia do Norte disparou em direção ao mar três mísseis de curto alcance, um método que o regime de Pyongyang utiliza regularmente para demonstrar o descontentamento e e ameaçar Seul e seus aliados.

Mais cristãos que budistas
Ao contrário do Norte, onde o catolicismo é muito perseguido, no Sul os cristãos, entre todas as diferentes denominações, são mais numerosos que os budistas. Os católicos (10,7% da população) integram uma Igreja dinâmica, influente, mas ameaçada por um certo 'aburguesamento' que Francisco pretende ajudar a dissipar. A última visita de uma papa a Coreia do Sul havia acontecido em 1989.

O programa do primeiro dia de visita incluiu uma cerimônia na "Casa Azul" (sede da presidência), na presença de 800 personalidades do país, e depois um encontro com 35 bispos. O pontífice, de 77 anos, também pretende levar uma mensagem aos jovens de 23 países em uma mini-JMJ (Jornada Mundial da Juventude) do continente. E deve deixar claro que os católicos chineses estão em seus pensamentos.

"O papa Francisco vai dirigir-se a todos os países do continente, com uma mensagem para o futuro da Ásia", declarou o número dois do Vaticano, o secretário de Estado Pietro Parolin. A última viagem de um sumo pontífice ao continente asiático havia sido feita por João Paulo II, que visitou a Índia em 1999.

124 mártires cristãos

O papa, que envia sistematicamente uma mensagem aos países que sobrevoa em suas viagens, transmitiu os "melhores desejos" ao presidente chinês Xi Jinping e a seus compatriotas e implorou pela "bênção divina de paz e bem-estar" para a China. Na visita de João Paulo II a Coreia do Sul há 25 anos, Pequim proibiu o avião que transportava o papa a sobrevoar seu território. Vaticano e China, que tem milhões de católicos, não mantêm relações diplomáticas desde 1951.

De acordo com fontes citadas pela agência católica AsiaNews, o governo chinês advertiu vários padres que estão na Coreia do Sul para participar na jornada católica asiática que terão problemas em seu retorno, caso acompanhem a visita de Francisco.

Um dos momentos mais importantes da visita de Francisco será a beatificação no Portão de Gwanghwamun, em Seul, de Paul Yun Ji-chung e outros 123 mártires do início do cristianismo na Coreia. A cerimônia é uma forma de homenagear a resistência dos cristãos asiáticos ante as perseguições do passado, além de destacar o papel dos laicos na Igreja, pois a fé cristã foi propagada com ajuda dos leigos.

Na sexta-feira, dia da Assunção e feriado nacional, Francisco celebrará uma missa no World Cup Stadium de Daejeon. No domingo visitará o santuário de Solmoe, local do martírio do primeiro sacerdote coreano, Santo André Kim Taegon, com todos os bispos da Ásia, quando sem dúvida aproveitará para enviar uma mensagem a todo continente. (Com informações da AFP)


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