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Estado de Minas

Um golpe na luta contra a Aids


postado em 19/07/2014 00:12 / atualizado em 19/07/2014 09:16

Melbourne – Eles morreram tentando salvar vidas. Cerca de 100 das 298 vítimas do voo MH17, abatido no Leste da Ucrânia, estavam a caminho da 20ª Conferência Internacional de Aids em Melbourne, na Austrália. Entre eles, havia cientistas que pesquisavam a doença. O mais proeminente era o holandês Joep Lange, de 59 anos, que estudava o HIV/Aids desde 1983, foi presidente da Sociedade Internacional de Aids e era considerado por colegas uma sumidade no tema. Lange também era admirado por sua incansável luta para garantir que infectados de países pobres tivessem acesso ao tratamento.

Lang viajava para Melbourne com a mulher, Jacqueline van Tongeren. O professor de doenças infecciosas trabalhou na Organização Mundial de Saúde como chefe de pesquisa clínica e desenvolvimento de fármacos em Genebra, mas voltou a Amsterdã, onde continuou a lutar contra a Aids em países em desenvolvimento. “Joep Lange era uma presença imponente na luta contra a Aids desde o início da epidemia. Ele era um amigo, colega e professor maravilhoso”, disse Kevin Robert Frost, executivo da amfAR, organizações sem fins lucrativos dedicada ao apoio da pesquisa do HIV/Aids.

“O que ocorreu é terrível. É uma grande perda para o mundo da luta contra a Aids, uma grande perda para a Holanda e uma grande perda para mim”, declarou o também pesquisador holandês Jaap Goudsmit. Em entrevista a uma emissora de televisão australiana, Trevor Stratton, um consultor sobre a Aids, desabafou: “A cura da Aids poderia estar a bordo daquele avião. Simplesmente não sabemos”.

A cerimônia de boas-vindas do congresso, que acontecerá de amanhã a 25 de julho na cidade australiana, foi marcada pelo choque de pesquisadores e outros envolvidos com o tema. “Esse é um momento difícil. Perdemos amigos, ativistas e pessoas que davam voz aos sem voz”, afirmou Michel Sidibé, diretor-executivo da Unaids. O governador do estado de Vitória, Denis Napthine, também esteve na solenidade e destacou a “perda massiva para nossa comunidade”.

Ontem à tarde, a organização do congresso divulgou um comunicado de imprensa, afirmando que, em honra à memória dos pesquisadores, o evento ocorreria normalmente. Trata-se de um dos maiores encontros mundiais de HIV/Aids, com presença estimada de 12 mil pessoas.


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