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Estado de Minas

Colômbia vai às urnas mirando nas guerrilhas

Presidente Juan Manuel Santos tenta a reeleição e seu adversário, Óscar Zuluaga espera a reação dos que se abstiveram no primeiro turno para ganhar a eleição hoje


postado em 15/06/2014 07:00 / atualizado em 15/06/2014 09:22

Mais de 30 milhões de colombianos estão aptos a comparecer hoje às urnas, em um embate disputado e crucial para pacificar o país(foto: LUIS ROBAYO / AFP)
Mais de 30 milhões de colombianos estão aptos a comparecer hoje às urnas, em um embate disputado e crucial para pacificar o país (foto: LUIS ROBAYO / AFP)

Bogotá – Mais de 30 milhões de colombianos estão aptos a comparecer hoje às urnas para escolher entre a reeleição do presidente Juan Manuel Santos ou a vitória do candidato de direita Óscar Iván Zuluaga, em um embate disputado e crucial para pacificar o país. Em uma eleição em que o voto não é obrigatório, os eleitores deverão decidir entre a oferta de paz de Santos – cujo governo promove negociações com as duas principais guerrilhas do país – ou a posição mais dura de Zuluaga, que pretende impor mais condições aos rebeldes para se dispor ao diálogo. Cerca de 560 mil colombianos estão inscritos para votar no exterior, onde já vêm exercendo esse direito desde o dia 9, em 1.890 locais disponíveis em 64 países.

Zuluaga, apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), venceu o primeiro turno em 25 de maio com 29,3% dos votos, contra 25,7% de Santos, em uma eleição em que a abstenção – de quase 60% – também foi protagonista. “O tema da paz continuou sendo central nesta fase da campanha, principalmente após o anúncio de Santos sobre as negociações com o Exército de Libertação Nacional (ELN)”, explica o cientista político Felipe Botero, recordando que na semana passada o governo informou sobre as negociações com a facção, além das negociações que avançam desde novembro de 2012 em Cuba com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).  O foco na paz, entretanto, não parece ter sido definido com clareza para os eleitores, motivo pelo qual Botero, professor da Universidade de Los Andes, aponta “um resultado muito incerto”, embora com uma abstenção menor do que no primeiro turno, considerando que esta é “a eleição definitiva” e que as máquinas serão ativadas.

Empate técnico

As últimas pesquisas apontavam para um empate técnico entre os concorrentes. Por isso, as alianças firmadas por Santos e Zuluaga no primeiro turno – o primeiro com a esquerdista Clara López e o independente Enrique Peñalosa Zuluaga e o segundo com a conservadora Marta Lucía Ramírez– podem ser determinantes.

Na Colômbia – cuja seleção se classificou para a Copa do Mundo após 16 anos de ausência no Mundial e estreou ontem contra a Grécia, em Belo Horizonte, vencendo por 3 a 0 – o ambiente é mais futebolístico que eleitoral. Em vez da propaganda dos candidatos, o que se vê nas ruas são, sobretudo, bolas e cartazes alusivos ao Mundial. Durante a votação, garantir a segurança será responsabilidade de 246 mil militares e polícias que trabalharão em um processo eleitoral que as autoridades qualificaram desde o primeiro turno como “o mais seguro na história recente da Colômbia”. “Estas continuam sendo as eleições mais seguras dos últimos 20 anos”, disse o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón.

As Farc, principal guerrilha do país com cerca de 8 mil combatentes, declararam um cessar-fogo unilateral durante o segundo turno, assim como fizeram no primeiro turno. Já o ELN não se comprometeu com o cessar-fogo – como fez no primeiro turno –, mas garantiu que respeitaria o desenvolvimento da jornada eleitoral. A Organização dos Estados Americanos (OEA) vai monitorar a votação com uma missão de 74 observadores, que estarão presentes em 24 dos 32 departamentos do país. Em todo o país, militares reforçam o patrulhamento durante a votação.

 


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