Os refugiados sírios, que representam agora um quarto da população do Líbano, custam a este país 4,5 bilhões de dólares por ano, afirmou nesta terça-feira o presidente do Banco Central, Riad Salamé. "O tema dos refugiados sírios, apesar de nosso pesar pelo seu sofrimento, representa um peso para o Líbano, para a sua economia e para a sua estabilidade social", afirmou Salamé, durante o 50º aniversário da criação do Banco do Líbano.
Baseando-se em um estudo do Banco Mundial, ele afirmou que "o custo direto para o Estado libanês é de aproximadamente um bilhão de dólares por ano, enquanto o custo indireto é de 3,5 bilhões". "Embora tenha havido uma melhora do comércio interno devido à presença dos refugiados sírios, isto não compensa os custos que o Líbano deve arcar ano após ano, acolhendo mais de um milhão de refugiados", precisou Salamé.
"A comunidade internacional quer que o Líbano mantenha suas portas abertas aos refugiados (...) mas este tema deve ser regulamentado para reduzir o peso sobre o Líbano", argumentou. "O custo dos refugiados é uma responsabilidade que não deve ser assumida unicamente pelo Líbano", reiterou o presidente, que foi premiado em várias ocasiões pela Euromoney como melhor dirigente de Banco Central no mundo e no Oriente Médio.
Em maio, o Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou que, devido ao conflito sírio, o desemprego dobrou no Líbano, afetando assim cerca de 20% da população ativa. Em junho, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, pediu à comunidade internacional que apoie o Líbano e a Jordânia, após considerar que a ajuda concedida até então era "decepcionante".
O presidente do Banco Mundial indicou ainda que o conflito sírio custou ao vizinho Líbano mais de 7,5 bilhões de dólares entre o início da crise em março de 2011 e o verão (boreal) de 2013. Em dezembro, a ONU fez uma convocação para reunir 6,5 bilhões de dólares para as vítimas da guerra na Síria, mas somente 2,3 bilhões de dólares em promessas de doações foram obtidas até janeiro.