(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas NOVO IMPULSO AO PROCESSO DE PAZ

Farc e governo colombiano assumem responsabilidade por vítimas em conflito interno

Reconciliação acontece a dias do segundo turno das eleições presidenciais na Colômbia


postado em 08/06/2014 07:00 / atualizado em 08/06/2014 07:32

Comandantes das Farc, Ivan Marquez (esq) e Jesus Santrich discursam em convenção de paz realizada em Havana, Cuba(foto: YAMIL LAGE / AFP)
Comandantes das Farc, Ivan Marquez (esq) e Jesus Santrich discursam em convenção de paz realizada em Havana, Cuba (foto: YAMIL LAGE / AFP)

Havana – O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) concordaram em assumir a responsabilidade pelas as vítimas do conflito interno, dando um impulso para as negociações de paz, alguns dias antes do segundo turno das eleições presidenciais. Em um comunicado conjunto emitido ontem, em Havana, ambas as partes concordaram em 10 eixos que nortearão a discussão das vítimas de meio século de violência, o quarto dos seis pontos das conversas mantidas ao longo de um ano e meio em Cuba. “Qualquer discussão sobre este ponto deve partir do reconhecimento de responsabilidade para com as vítimas do conflito”, disse o texto. “Nós não vamos trocar a impunidade.” A decisão marca pela primeira vez que a guerrilha reconhece suas vítimas. “O que estamos anunciando hoje (ontem) é um passo histórico”, disse a jornalistas, em Havana, o negociador chefe do governo colombiano, o ex-vice-presidente Humberto de La Calle.

Os princípios que pautarão as negociações são: o reconhecimento de todas as vítimas do conflito e da responsabilidade dos combatentes; a satisfação dos direitos das vítimas e sua participação nas discussões; o esclarecimento da verdade; a reparação das vítimas e as garantias de sua proteção e segurança. Também serão abordadas as garantias para que não se repitam as condições que geraram o conflito e as vítimas, o princípio de reconciliação entre todos os colombianos e o enfoque dos direitos das vítimas.

As duas partes também acordaram mecanismos para agilizar o processo, entre os quais está receber na mesa de Havana a primeira delegação de vítimas “com o objetivo de apresentar suas propostas e expectativas”. “Esta delegação estará composta de tal forma que seja garantida a representação plural e equilibrada das diferentes vítimas, assim como dos diferentes fatos vitimizantes, sem pretender que uma delegação possa representar as milhares de vítimas que o conflito armado nos deixou”, afirma o texto. Os negociadores também propuseram organizar três fóruns na Colômbia para a análise do tema dos atingidos já no início do próximo mês.

A admissão de responsabilidade pelas Farc podem ajudar o presidente Juan Manuel Santos, que apostou sua reeleição pelo processo de paz, mas está empatado com seu rival de direita Oscar Iván Zuluaga. O pleito será no dia 15 de junho. O futuro do diálogo com as Farc depende do resultado do segundo turno. Zuluaga tem dito que se ganhar imporá condições para continuar as negociações. O conflito de meio século entre as forças do governo, guerrilheiros e paramilitares deixou mais de 200 mil mortos e milhões de desalojados na Colômbia. As delegações não especificara, a data em que o diálogo será retomado em Havana.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)