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Estado de Minas

Tragédia em mina da Turquia deixou 238 mortos


postado em 14/05/2014 11:25

O balanço de vítimas da tragédia de terça-feira em uma mina do oeste da Turquia subiu a 238 mortos, anunciou em Soma o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que viu seu governo ser acusado de não monitorar a segurança na indústria de mineração.

Erdogan, que decretou luto nacional de três dias, visitou a cidade de Soma, local da tragédia, a 100 km da cidade de Izmir, e prometeu uma investigação oficial sobre o acidente.

O balanço de vítimas é provisório porque, segundo Erdogan, quase 120 mineiros continuam presos nas galerias da mina, com poucas possibilidades de sobrevivência.

O drama comoveu o país e provocou manifestações de estudantes em Ancara e Istambul, que foram dispersadas pela polícia com gás lacrimogêneo.

O papa Francisco pediu aos católicos que rezem pelos trabalhadores turcos.

"A esperança de encontrar sobreviventes na mina diminui, mas vamos continuar até o fim", afirmou em Soma, distrito de Manisa, o ministro da Energia e dos Recursos Naturais, Taner Yildiz.

Pouco antes, Yildiz afirmou que 363 mineiros foram resgatados depois da tragédia.

No total, 787 mineiros estavam na mina no momento da explosão, que aconteceu na terça-feira por volta das 12H30 GMT (9H30 de Brasília) e que, aparentemente, foi provocada por uma falha elétrica em um transformador.

A oposição acusou o governo de negligência e os líderes sindicais exigiram a renúncia dos ministros do Trabalho e da Energia.

Há três semanas, o Parlamento, onde o governo tem maioria, rejeitou três projetos da oposição para a criação de uma comissão que investigaria as condições de segurança nas minas.

"Fase crítica"

O ministério turco do Trabalho e Previdência Social informou que a mina passou por uma inspeção em 17 de março e respeitava as normas de segurança.

"Se houve alguma negligência, não vamos fazer vista grossa. Faremos todo o necessário, incluindo a adoção de medidas administrativas e legais", disse o ministro da Energia.

O Ministério Público da região iniciou uma investigação judicial sobre as razões do acidente.

"Estamos entrando em uma fase crítica. À medida que o tempo passa, seguimos rapidamente para um fim desfavorável", advertiu Yildiz, que anunciou 80 feridos entre as pessoas resgatadas, quatro em estado grave.

Centenas de funcionários dos serviços de emergência trabalhavam de forma desesperada nesta quarta-feira para tentar resgatar os mineiros. Durante a manhã, apenas um sobrevivente foi retirado do local.

Parentes e amigos esperavam, angustiados, notícias das vítimas.

Espero notícias do meu filho desde o início da tarde", disse à AFP Sena Isbiler, de 50 anos.

"Não tenho notícia alguma. Ele ainda não saiu", lamentou.

"Não existe nenhuma segurança nesta mina. Os sindicatos são marionetes e a direção pensa apenas no dinheiro", disse o mineiro Oktay Berrin à AFP.

"As pessoas estão morrendo ali dentro, outras estão feridas, e tudo por uma questão de dinheiro", afirmou, irritado, Turgut Sidal.

Vedat Didari, especialista em indústria mineradora, explicou à AFP que o principal risco é a falta de oxigênio.

"Se os ventiladores não funcionarem, os mineiros podem morrer em uma hora", disse Didari, da Universidade Bulent Ecevit, em Zonguldak.

O acidente de Soma é uma das maiores tragédias industriais da história da Turquia.

As explosões em minas de carvão são comuns na Turquia, principalmente no setor privado, que, em muitos casos, não respeita as regras de segurança.

O distrito de Soma, que tem cerca de 100.000 habitantes, é um dos principais centros de extração de lignito (carvão fóssil), a principal atividade da região.


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