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Estado de Minas

Morte de sete soldados ucranianos dificulta diálogo e conciliação em conflito

Apesar da constante violência, mesa redonda entre primeiro ministro, ex-presidentes e candidatos está marcada para esta quarta-feira


postado em 13/05/2014 16:10 / atualizado em 13/05/2014 17:31

Mulher com bandeira russa anda em frente à sede do governo de Donetsk, que está invadida por separatistas pró-Rússia(foto: GENYA SAVILOV/AFP)
Mulher com bandeira russa anda em frente à sede do governo de Donetsk, que está invadida por separatistas pró-Rússia (foto: GENYA SAVILOV/AFP)

Sete soldados ucranianos foram mortos nesta terça-feira em uma emboscada de insurgentes pró-russos no leste do país, dificultando os esforços dos europeus para promover um "diálogo nacional" na Ucrânia. Diante da ameaça de uma nova vitória separatista na Ucrânia após o referendo de "independência" no domingo em Donbass (leste), os europeus e a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) se esforçam há vários dias para retomar o diálogo.

Mas essa possibilidade está distante, principalmente depois do anúncio feito nesta terça da morte de sete militares ucranianos em um confronto perto de Kramatorsk, na região de Donetsk. Os soldados caíram em uma emboscada montada "cinicamente e traiçoeiramente" por mais de 30 rebeldes, que atacaram os soldados com lança-granadas, segundo o Ministério da Defesa.

Em meio à violência, a Rússia parece reticente quanto a um diálogo. Apesar da organização de uma mesa redonda na quarta-feira em Kiev, Moscou deixou a entender que as condições para o diálogo não estavam reunidas. Considerando "extremamente importante" o lançamento do roteiro estabelecido pela OSCE, "o mais rapidamente possível", a Rússia mais uma vez exigiu que Kiev suspenda sua operação militar em curso no leste do país. "Exigimos que Kiev pare imediatamente sua expedição punitiva e retire suas tropas", indicou o Ministério das Relações Exteriores.

Combates entre rebeldes separatistas e soldados ucranianos são registrados quase diariamente na região de Slaviansk, reduto dos insurgentes. O presidente interino ucraniano, Olexandre Turtchynov, reiterou nesta terça diante do Parlamento que a operação "antiterrorista" será mantida.

A Rússia acusa o governo da Ucrânia de rejeitar "um diálogo real com os representantes das regiões, principalmente do sul e do leste do país", o que "constitui um obstáculo sério no caminho da desescalada".

Mesa redonda sem contornos definidos


Uma mesa redonda sem contornos definidos foi agendada para quarta-feira às 13h30 GMT (10h30 de Brasília). Ela reunirá o governo do primeiro-ministro ucraniano Arseni Yatseniuk, três ex-presidentes da Ucrânia, os atuais candidatos à eleição presidencial marcada para 25 de maio, bem como líderes regionais. Os líderes separatistas do leste, considerados "terroristas" por Kiev, não parecem, no entanto, terem sido convidados, apesar dos apelos de Moscou nesse sentido.

As discussões serão moderadas pelo diplomata alemão Wolfgang Ischinger, e devem se concentrar na descentralização e na luta contra a corrupção. Para o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank -Walter Steinmeier, que visitou Kiev e Odessa (sul) nesta terça, "este é, naturalmente, apenas o começo".

Os esforços diplomáticos em andamento "continuam a ser um processo difícil", admitiu o chanceler em sua terceira visita à Ucrânia. "Nem todos estão prontos para entrar em um diálogo, (alguns) tendem à violência", reconheceu.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, fez um apelo nesta terça-feira para uma "mobilização de toda a União Europeia e da Otan frente ao risco ou a ameaça de um colapso do Estado ucraniano, ou pelo menos uma partição muito dolorosa". A UE deve "se concentrar sobre o tipo de ajuda que permita à Ucrânia realizar a eleição presidencial em 25 de maio", considerou.

Novo passo em direção à divisão

Ucrânia deu no domingo um novo passo em direção à divisão com a realização de um referendo de independência em duas regiões do leste do país, denunciado como "ilegal" por Kiev e pelo Ocidente. Os insurgentes separatistas reivindicam um enorme apoio popular para seu projeto, com 90% a favor da independência. Menos de 24 horas após a consulta, declararam a "soberania" das duas regiões, batizadas de repúblicas de Donetsk e Lugansk, e logo pediram sua anexação à Rússia, aos moldes do que aconteceu com a Crimeia em março.

O governador da região de Donetsk, Serguei Taruta, considerou nesta terça-feira que "a República de Donetsk não existe nem legalmente nem politicamente: é apenas um nome inventado e nada mais". Quanto ao referendo, "ele pode ser definido como um estudo social", declarou.

Na região de Lugansk, o "governador popular" autoproclamado Valeri Bolotov foi baleado no ombro em um "ataque". Ele deve retornar ao seu posto em poucos dias, segundo os rebeldes.

Moscou não respondeu até o momento ao pedido de adesão dos separatistas de Donetsk e Lugansk, que lembra a situação da península da Crimeia, anexada no espaço de três semanas. Mas o governo da Rússia pediu respeito à "expressão da vontade dos cidadão da regiões ", adotando uma posição diametralmente oposta a das capitais ocidentais.

Em paralelo, Moscou ameaçou cortar o fornecimento de gás à Ucrânia em 3 de junho, se Kiev não pagar antecipadamente por seu consumo -avaliado pelo grupo russo Gazprom em 1,6 milhão de dólares. Em resposta, o primeiro-ministro Yatseniuk ameaçou processar a Rússia se Moscou não baixar o preço do gás, e acusou sua vizinha de ter roubado esse recurso energético da Ucrânia ao anexar a Crimeia.


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