"Apresentei minhas desculpas por ter sido incapaz de impedir que este acidente ocorresse, e incapaz de gerir corretamente o que ocorreu depois (...) Considero que, como primeiro-ministro, devo assumir minhas responsabilidades e renunciar", declarou.
Tanto o governo sul-coreano quanto a maioria das instituições envolvidas na gestão desta crise foram duramente criticados pela gestão do desastre e das operações de resgate.
"Queria renunciar antes, mas a gestão da situação era a prioridade máxima e pensei que seria um ato de responsabilidade fornecer minha ajuda antes de partir. Mas decidi renunciar agora para não ser um peso para o governo", disse Chung Hong-Won.
O número de falecidos declarados chegava neste sábado a 187, de acordo com o balanço oficial, mas 115 pessoas continuam desaparecidas entre os destroços submersos do "Sewol", que afundou na manhã de 16 de abril com 476 pessoas a bordo, 352 das quais eram estudantes do ensino médio em viagem de férias.
- Desânimo e tristeza, todos os tripulantes presos -
Os socorristas já perderam toda a esperança de encontrar sobreviventes e as famílias denunciam o ritmo muito lento das operações de recuperação dos cadáveres.
"O acidente afundou todos os sul-coreanos em um profundo estado de choque e tristeza. Já se passaram muitos dias desde então, mas os gritos dos familiares dos desaparecidos me perturbam durante a noite", confessou o primeiro-ministro renunciante.
"Não é o momento para culpar uns aos outros pelos números, devemos finalizar as operações de resgate", acrescentou, pedindo para ele "perdão e compreensão".
Os 15 membros da tripulação da balsa estão atrás das grades. Os quatro que ainda não haviam sido detidos foram presos na noite de sábado.
O capitão do "Sewol", Lee Joon-seok, assim como outros dez membros da tripulação, já haviam sido detidos sob diferentes acusações, em particular por negligência e abandono dos passageiros.
A atitude da tripulação do navio foi severamente criticada, em particular pela presidente sul-coreana.
"Os atos do capitão e de alguns membros da tripulação são totalmente incompreensíveis, inaceitáveis e equivalentes a assassinato", havia declarado a presidente, Park Geun-Hye.
- A meteorologia complica a busca -
A busca para encontrar os corpos dos ainda desaparecidos entre os restos da embarcação precisou ser abandonada no sábado devido ao mau tempo.
"A situação é muito difícil devido às condições meteorológicas, mas os esforços de busca prosseguem, aproveitando os momentos ocasionais mais calmos", afirmou um porta-voz do serviço da guarda-costeira, acrescentando que 93 mergulhadores participavam das operações deste domingo.
Nos dias anteriores, o clima foi favorável e ajudou o trabalho dos mergulhadores, embora as condições em todo o interior do casco sejam muito duras, sobretudo pela falta de visibilidade, que é quase nula.