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Estado de Minas

Venezuela acusa EUA de querer financiar violência

Autoridades venezuelanas discursam contra projeto de lei dos EUA que prevê sanções ao governo venezuelano e ajudas financeiras a ONGs e ativistas perseguido no país


postado em 14/03/2014 14:55 / atualizado em 14/03/2014 16:35

Oposição a Maduro endurece com a polícia em protestos nas ruas da Venezuela(foto: LEO RAMIREZ/AFP)
Oposição a Maduro endurece com a polícia em protestos nas ruas da Venezuela (foto: LEO RAMIREZ/AFP)

A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, acusou nesta sexta-feira em Genebra os Estados Unidos de querer financiar ações violentas em seu país depois que parlamentares americanos propuseram desbloquear fundos para ajudar organizações e ativistas.

Os parlamentares americanos pediram que este dinheiro seja desbloqueado "sem dúvida (...) para financiar estas ações violentas que estão ocorrendo na Venezuela, para comprar C4 (uma substância explosiva)", declarou Díaz durante uma coletiva de imprensa em Genebra, à margem do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Também advertiu que a "Venezuela é um país independente, soberano. A Venezuela tem o direito de resolver seus próprios conflitos. Rejeitamos qualquer ingerência de qualquer país do mundo".

Depois acrescentou que, em conformidade com o artigo 40 da Constituição, "puniremos aqueles que receberem financiamento de governos estrangeiros para fazer política na Venezuela".

Sansões

Na quinta-feira, senadores americanos apresentaram um projeto de lei que prevê instaurar sanções contra as autoridades da Venezuela que estejam envolvidas nas violações de direitos humanos e desbloquear 15 milhões de dólares (10,8 milhões de euros) para ajudar diversas organizações de defesa dos direitos humanos, jornalistas, ativistas e outros manifestantes perseguidos na Venezuela.

Este projeto, patrocinado por três senadores democratas e dois senadores republicanos, será discutido, a princípio, em duas semanas perante o Comitê de Assuntos Exteriores do Senado.

Ao ser interrogada nesta sexta-feira sobre as sanções econômicas estudadas pelos Estados Unidos contra a Venezuela, Ortega Díaz perguntou ironicamente aos jornalistas: "E os Estados Unidos são a polícia do mundo? Quem deu a eles a autoridade de punir as pessoas, punir os governos, punir os Estados? Eles são os promotores do mundo? Eles são o tribunal do mundo? Porque neste caso eu vou punir os Estados Unidos por violação dos direitos humanos em Guantánamo, pela invasão ao Vietnã, ao Afeganistão, pelos atropelos que cometeu na América do Sul e na América Central, pelo golpe de Estado no Chile, na Nicarágua e em tantos outros que me escapam", declarou.

"Somos um país independente, quero lembrar que nós (...) respeitamos a autodeterminação dos povos", insistiu.

Maduro responde aos protestos com maior rigidez da polícia e muitas prisões de manifestantes(foto: LEO RAMIREZ/AFP)
Maduro responde aos protestos com maior rigidez da polícia e muitas prisões de manifestantes (foto: LEO RAMIREZ/AFP)


Chanceler chama Kerry de assassino


O chanceler venezuelano, Elías Jaua, também criticou nesta sexta-feira os Estados Unidos e acusou o secretário americano de Estado, John Kerry, de ser "o assassino do povo venezuelano", ao culpá-lo de incentivar a onda de protestos que sacode a Venezuela.

"Não vamos baixar o tom, denunciamos você como um assassino do povo venezuelano, senhor Kerry", disse Jaua em um inflamado discurso em Caracas.

"Cada vez que estamos a ponto de isolar e reduzir os violentos, Kerry faz declarações e imediatamente começam as confusões - barricadas em chamas - nos principais focos de violência. Na quarta-feira, ele fez declarações e à noite tivemos mais mortos, incluindo um capitão da Guarda Nacional Bolivariana (GNB)", acrescentou.

Na quarta-feira, Kerry declarou que os Estados Unidos estavam preparados para impor sanções contra a Venezuela, embora insista em defender um esforço americano para impulsionar uma solução para a crise pela onda de protestos antigovernamentais neste país.

28 mortos

A Venezuela vive há um mês uma onda de manifestações contra a insegurança, a inflação de 56% anual, a escassez de produtos básicos, a repressão dos corpos policiais e a detenção de ativistas. Todos os dias ocorrem protestos, bloqueios de ruas e confrontos entre forças de ordem e manifestantes radicais.

O principal alvo desta contestação é o presidente Nicolás Maduro, eleito por uma pequena margem de vantagem em abril passado, que denuncia uma tentativa de golpe de Estado fomentada com a ajuda dos Estados Unidos.

Na quinta-feira, Luisa Ortega Díaz informou em Genebra que os protestos da Venezuela já haviam deixado 28 mortos e 365 feridos.

"No total, temos 28 falecidos" desde o início dos protestos, afirmou durante uma conferência organizada pela Venezuela sobre os avanços realizados por seu país em matéria de direitos humanos.


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